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Vaivém das Commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Clima ameaça nova safra de milho na América do Sul

A produção de milho da América do Sul é muito importante para o abastecimento do mercado mundial e para reposição dos estoques. Os primeiros sinais da safra começam a não ser animadores.

Argentinos e gaúchos iniciam mais uma safra com problemas. A diferença é que em 2011 a região foi castigada por seca. Neste ano, há excesso de chuva. Com isso, o recorde de produção previsto para o período pode não ocorrer.

Uma eventual redução de safra por aqui vai se somar à forte quebra de produção nos EUA, devido a uma das piores secas vivida pelo país nas últimas décadas.

Prevista para 376 milhões de toneladas, a produção dos norte-americanos ficará próxima de 272 milhões. O mercado conta com as safras brasileira e argentina para repor parte dessa perda.

Os argentinos, com bom potencial de exportação, deveriam produzir 28 milhões de toneladas nesta safra 2012/13, conforme as estimativas mais otimistas.

Para analistas, esse volume não deverá ser atingido. Primeiro porque a área que será dedicada ao plantio não renderia volume elevado de produção. Segundo porque as condições climáticas não estão tão favoráveis. O plantio está atrasado e a produtividade poderá ser menor.

O Rio Grande do Sul vive problema semelhante ao da Argentina. Os gaúchos, que produziram apenas 3,3 milhões de toneladas neste ano devido à seca, têm previsão de 5,3 milhões nesta safra que se inicia, desde que a condição climática seja favorável.

Goiás e Minas Gerais, outros dois Estados importantes na produção nacional, começam a safra sob efeito de seca e atraso no plantio.

Mato Grosso, que começa a despontar como um dos principais produtores de milho na safrinha, está com atraso no plantio da soja. Quanto mais atrasar a lavoura da oleaginosa, menor fica a "janela" para o plantio do milho, que vem a seguir.

Muitos agricultores podem não arriscar esse plantio. Outros, mesmo que plantem, poderão ter produtividade menor devido à falta de chuva no desenvolver das lavouras.

O mercado externo está atento ao desenrolar das condições climáticas na América do Sul. Após quebras de safra nos EUA, na Europa e no Leste europeu, a oferta do cereal está muito limitada.

Perdas O excesso de umidade nas lavouras de trigo da Argentina favorece a chegada de doenças. As estimativas são de produção de 10 milhões de toneladas. Se confirmada, sobe 28% em relação à anterior, segundo o mercado.

Fôlego menor Após um período de participação maior no mercado externo de carne bovina em 2011, os EUA exportarão menos e importarão mais neste ano. Segundo o Usda, as exportações caem 11% neste ano e voltam a recuar em 2013. Já as importações sobem 15% neste ano e 12% no próximo.

Exportação de gado em pé volta a subir neste ano

As exportações de gado vivo voltaram a crescer neste ano, atingindo 371 mil bovinos até setembro. Apesar de superar o total dos nove primeiros meses de 2011, essas vendas ficaram abaixo das de igual período de 2010, quando haviam atingido 496 mil.

As exportações de gado vivo renderam US$ 417 milhões nos nove primeiros meses deste ano, com alta de 37% sobre igual período de 2011. Basicamente três mercados são o destino do gado brasileiro. A Venezuela, o mais importante, levou 272 mil animais, gastando US$ 326 milhões. O Líbano, que já foi mais agressivo nas compras, ficou com 50 mil animais brasileiros neste ano. O Egito veio a seguir, com 17 mil.

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