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Para ministro, novo apagão que atingiu 11 Estados é 'anormal'

Pane começou na madrugada de ontem, com falha em equipamento de subestação no Tocantins

'Eventos como esses não são normais e a coincidência é mais anormal ainda', afirmou Zimmermann

Robson Mendes/Correio da Bahia
No Rio Vermelho, em Salvador, clientes de bar saem sem pagar por causa da falta de luz
No Rio Vermelho, em Salvador, clientes de bar saem sem pagar por causa da falta de luz

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PALMAS (TO)
DE BRASÍLIA
DO RIO

O apagão que deixou às escuras a região Nordeste e parte da Norte na madrugada de ontem "não é normal", na avaliação do próprio governo.

"Eventos como esses não são normais e a coincidência é mais anormal ainda", afirmou o ministro interino Márcio Zimmermann (Minas e Energia). A queda na energia elétrica de ontem foi a quarta em um período de 35 dias e a terceira de grande proporção a atingir o país.

A origem foi um curto-circuito que ocorreu à 0h14 em uma das oito linhas de transmissão da subestação de Colinas (TO). Ela é um ponto de conexão de circuitos que distribuem energia para vários Estados do Norte e Nordeste.

Segundo a Eletronorte, o incidente foi em linha de responsabilidade da Taesa, controlada pela Cemig e por um fundo de investimentos.

A Cemig informou que não irá se pronunciar sobre o assunto por enquanto.

PROCURANDO CAUSAS

Uma reunião extraordinária do comitê de monitoramento do setor elétrico foi convocada ontem, no Ministério de Minas e Energia, para discutir a falha.

Após o encontro, Zimmermann disse que equipes de técnicos, coordenados pelo ministério, foram enviadas para colaborar com a análise e a inspeção dos equipamentos da empresa.

Apenas com o relatório dessas equipes em mãos, segundo o ministro, será possível descartar hipóteses sobre o que aconteceu.

Desde o primeiro apagão de grande porte deste ano, em 22 de setembro, o governo também prometeu divulgar um relatório completo sobre o caso. As informações seriam divulgadas na segunda semana deste mês, o que não ocorreu.

CAIXA LACRADA

Ao ser questionado sobre a possibilidade de sabotagem, Zimmermann disse que a hipótese não poderia ser descartada, mas foi contestado pelo diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema), Hermes Chipp.

Segundo o ministro, a chance de ocorrerem apagões seguidos era "probabilisticamente perto de zero" e, por isso, seria preciso "aprofundar todas as alternativas".

"Então você pode considerar isso [sabotagem], mas de forma serena", disse.

A possibilidade, no entanto, é inviável tecnicamente, segundo o ONS.

"Não há hipótese de sabotagem, isso seria viável se fosse provocado um dano ou vandalismo, mas o que ocorreu foi uma proteção local que falhou", disse Chipp.

"O aparelho que teve problema fica dentro de um painel lacrado", completou.

Para o governo, os recorrentes apagões não demonstram falta de investimento nem têm relação com a renovação das concessões.

Zimmermann afirmou que o modelo brasileiro é "um dos melhores do mundo" e que, na Copa, "o Brasil vai ter oportunidade de mostrar ao mundo a qualidade de seu sistema". (CECÍLIA SANTOS, JULIA BORBA E LUCAS VETTORAZZO)

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