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'The Economist' sugere a Dilma que demita Mantega
DE SÃO PAULOPara a revista britânica "The Economist", a economia brasileira é uma "criatura morimbunda" que ficou paralisada e luta para se recuperar, e a presidente Dilma Rousseff faria melhor se demitisse o ministro Guido Mantega, da Fazenda.
"A presidente insiste em que é pragmática. Se for assim, deveria demitir Mantega, cujas previsões exageradamente otimistas perderam a confiança dos investidores, e nomear uma nova equipe capaz de recuperar a confiança das empresas", diz editorial do número mais recente.
A avaliação da publicação, que tem como princípio editorial defender menor intervenção do Estado na economia, é que a intromissão do governo sobre quanto deve ser a taxa de retorno em negócios como bancos e elétricas gerou desconfiança entre os investidores.
"Até mais que o antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, Rousseff parece crer que o Estado deve direcionar decisões de investimento privado."
Diante do quadro apresentado, a "Economist" sugere que o Banco Central errará se decidir por mais um corte na taxa básica de juros e que o governo foque a redução de custos deixando livre o "espírito animal" do investimento privado.
Fatores como a desaceleração nos preços das commodities e o endividamento das famílias são citados como ameaças à atividade econômica do país.
O termo "custo Brasil" é usado para explicar por que o governo precisará contar com um esforço maior do lado da oferta -não do consumo- para garantir o crescimento, com mais investimento e maior produtividade.
Apesar de iniciativas como redução dos juros e desoneração da folha de pagamentos, a taxa de investimento vem caindo nos últimos trimestres e representa hoje 18,7% do PIB, ante 30% no Peru e 27% no Chile, lembra a revista.
"Lula conseguiu um segundo mandato porque suas medidas tiraram milhões da pobreza. O eleitorado garantiu a reeleição a Fernando Henrique Cardoso porque ele combateu a inflação. E a senhora Rousseff? Eleitores podem julgar que, na tentativa de equilibrar tantas 'bolas' econômicas, ela deixou cair a maioria delas", afirma.
"FINANCIAL TIMES"
A perda de confiança aparece também em artigo no também britânico "Financial Times". Sebastian Mallaby, do Council on Foreign Relations, atribui o crescimento fraco da economia brasileira em 2012 a uma "nevasca de microinterferências" do governo que corroeu a confiança empresarial.