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Dólar reduz lucro da Petrobras em 42%

Valorização da moeda tem impacto financeiro de R$ 5,3 bi no terceiro trimestre, e ganhos recuam para R$ 6,3 bi

Diretor afirma que efeito é só contábil e não afetou caixa da empresa; vendas crescem 4% no período

PEDRO SOARES

DO RIO

A alta do dólar tornou menos vistosos os números da Petrobras no terceiro trimestre. O lucro líquido ficou em R$ 6,336 bilhões, queda de 42% ante o desempenho do segundo trimestre (R$ 10,9 bilhões) e de 26% em relação ao mesmo período de 2010.
A valorização de 19% da moeda norte-americana no período ampliou o endividamento da companhia, gerou custos adicionais na importação de combustíveis e tornou as exportações da estatal menos competitivas.
Trouxe ainda surpresa entre analistas, que esperavam um recuo mais brando do lucro da companhia.
Somente no âmbito financeiro, o câmbio ocasionou uma perda de R$ 5,3 bilhões.
Apesar da retração no trimestre, a Petrobras registrou um resultado positivo nos nove primeiros meses de 2011 de R$ 28,3 bilhões, com alta de 15% na comparação com igual período de 2010. Trata-se de desempenho recorde para o período.
"O efeito cambial fez o lucro recuar. O que é positivo é o fato de ser um efeito apenas contábil. Não afeta o caixa da companhia, o que é muito importante para uma empresa que tem pesados investimentos como a Petrobras", disse Almir Barbassa, diretor financeiro da petroleira.
Uma prova de o impacto ser apenas contábil, diz, é o crescimento 3% na geração de caixa da companhia no terceiro trimestre.
Ainda assim, o peso do dólar sobre as dúvidas da empresa (a maior parte delas atrelada à moeda norte-americana) ampliou o endividamento total da companhia em 48% em apenas um trimestre. A dívida fechou o período em R$ 91,2 bilhões.
O impacto negativo da alta do dólar ante o real anulou ainda o crescimento das vendas, de 4% de julho a setembro. O faturamento, no período, somou R$ 64,2 bilhões.
As vendas da companhia avançaram na esteira do aumento do volume de derivados de petróleo comercializados (4%) e de gás natural (8%), que cresceram em decorrência do aquecimento da economia, do pico da safra de grãos e do maior consumo industrial -nesse último caso, somente de gás.
O faturamento cresceu mesmo diante de uma queda de 1% na produção de petróleo da companhia. O motivo dessa redução foi o acúmulo de paralisações de plataformas, muitas delas não programadas e decorrentes de problemas operacionais.

BALANÇA COMERCIAL
O câmbio não causou estrago só nas finanças da Petrobras. Com o crescimento do consumo no país e a alta do dólar, a balança comercial da estatal se deteriorou.
Até setembro, a companhia acumulou deficit de
US$ 3,4 bilhões, ante saldo positivo de US$ 102 milhões no mesmo período de 2010.

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