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Bússola

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Quero trocar títulos de capitalização por outra aplicação. Ouro vale a pena?

RESPOSTA DO PROFESSOR DE FINANÇAS DA FGV WILLIAN EID JUNIOR - Títulos de capitalização não podem ser considerados investimento. Mas, sim, loteria.

Do que você aplica, só parte é colocada em algum tipo de investimento, em geral com rentabilidade muito baixa. O restante é destinado a prêmios. Aí é melhor jogar nas loterias que o governo coloca à disposição.

Isso posto, vamos ao ouro. Ele é um investimento complexo. O valor no Brasil é o resultado do preço negociado em Nova York e da taxa de câmbio. O preço em Nova York depende de um monte de fatores, sendo o principal o receio que os agentes do mercado têm de catástrofes como guerras e similares.

Não sei por que muita gente considera o ouro como reserva de valor em tempos difíceis, mas, quando esses tempos difíceis aparecem no horizonte, muita gente compra ouro. E o preço sobe.

Se os tempos não parecem tão difíceis, o ouro anda de lado, como andou por quase 20 anos, até que mais recentemente voltou a subir e a chamar a atenção. Já o câmbio deriva da oferta e demanda pela moeda.

Dá para ver que é muito complicado antecipar o comportamento do ouro e dizer se ele é um bom investimento hoje. Para mim, ele nunca é um investimento para a pessoa física. Há alternativas muito mais simples e que dão resultados muito satisfatórios, como CDBs, fundos de investimentos e Tesouro Direto.

Mas saiba de uma coisa: o sucesso nos investimentos depende de um pouco de conhecimento e de muita disciplina. Aqueles que conseguem atingir quantias expressivas são os que todo mês separam uma parte dos ganhos para investimentos. E fazem isso religiosamente.

Aconselho você a analisar com mais cuidado seus investimentos, em particular a questão dos títulos de capitalização. A rentabilidade deles é muito baixa.

EU INVISTO EM

"Tem que diversificar bastante porque esse mundo é muito maluco, e a gente nunca sabe o que vai acontecer. Fui diversificando aos poucos, desde VGBL até Bolsa"

Hortência, ex-atleta

CDB

Um banco me envia e-mails oferecendo um CDB direto que rende 110% do CDI com garantia do Fundo Garantidor. Quais são os

riscos? Posso resgatar antes do prazo?

S.L.T., de Uberaba

RESPOSTA - Os CDBs de qualquer banco são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que é um fundo criado e mantido pelos bancos, e não pelo governo como muitos acreditam. Só que a garantia é de R$ 70 mil por CPF e nesse valor estão incluídos recursos em conta corrente, poupança, letras imobiliárias, hipotecárias, de câmbio e de crédito imobiliário.

Se você vai investir nesse banco e não confia na sua solidez, mantenha um valor inferior a R$ 70 mil nele.

Quanto à liquidez, o CDB é, sim, resgatável a qualquer momento, mas a valores de mercado. Isso significa que, se a taxa de juros subir, seu CDB vai valer menos. Se ela cair, ele vai valer mais. Mas em ambos os casos você tem de lembrar que só há um comprador: o próprio banco emissor. E quem é único faz o preço.

AÇÕES

Tenho ações da Petrobras e da Vale adquiridas com FGTS. É sensato vendê-las agora para comprar títulos do Tesouro Nacional. Tenho receio de perder mais do que já perdi.

R.V.R., de João Pessoa

RESPOSTA - Depende do seu horizonte de planejamento. Se é de longo prazo, deixe o dinheiro nas ações. Afinal, ações são investimentos típicos de longo prazo e não é sensato vendê-las no meio de uma crise.

Se você precisa do dinheiro nos próximos meses, aí a questão é outra. Tem de pensar se o dinheiro que vai apurar na venda é suficiente para pagar suas obrigações futuras e se uma queda maior no preço das ações não pode comprometer esse pagamento. Se há a possibilidade de comprometimento, então venda. Mas venda sem pensar num possível ganho futuro para depois não se arrepender.

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