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Análise

2013 marca o surgimento de um novo padrão de geração elétrica no Brasil

Novo paradigma exigirá um esforço grande da política e do planejamento energético

NIVALDE J. DE CASTRO ROBERTO BRANDÃO ESPECIAL PARA A FOLHA

O ano de 2013 configura o advento de um novo padrão de geração elétrica no Brasil, marcado pelo acionamento contínuo das usinas termelétricas (UTE).

Essa mudança de paradigma, já prevista em vários estudos, resulta da diminuição da relação entre a energia armazenada nos reservatórios das hidrelétricas e o consumo de eletricidade.

Enquanto o volume dos reservatórios não cresce porque a legislação ambiental só permite construir usinas de fio d'água [sem reservatório de acumulação], tipo Belo Monte, a evolução do consumo de energia elétrica cresce com o aumento da atividade econômica e da renda familiar.

Assim, o sistema elétrico torna-se mais dependente de fontes complementares. E a fonte complementar mais segura são as UTE, por serem acionadas quando se precisa, diferentemente dos parques eólicos e de bioeletricidade, que são sujeitos à vontade da mãe natureza.

Em 2007-2008, quando o início das chuvas atrasou, foi dado o sinal de que uma mudança no paradigma da geração estava em curso.

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) adotou nova metodologia, que persegue, desde abril, um determinado nível (meta) dos reservatórios em novembro, para garantir o suprimento no ano seguinte. Como resultado, as UTE passaram a ser acionadas de forma mais intensa ao longo do ano.

O acionamento das UTE durante todo o ano de 2013 indica que o novo paradigma hidrotérmico veio para ficar, o que exigirá um esforço muito grande da política e do planejamento energético, que terá que alterar práticas, ações, métodos e modelos computacionais.

Em especial destaca-se a necessidade de leilões por tipo de fonte e por região, contratadas para serem acionadas por longos períodos durante o ano.

Em suma, o Brasil precisará de um planejamento mais determinativo para ter uma matriz elétrica adequada ao novo paradigma.

NIVALDE J. DE CASTRO é professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico).

ROBERTO BRANDÃO é pesquisador sênior do Gesel-UFRJ.


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