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Lucro da caixa cresce 72,5% no trimestre

Banco oficial tem ganho de R$ 1,3 bi de julho a setembro, com destaque para crédito imobiliário e para empresas

Safra de balanços mostra que maiores instituições do país se preparam para piora da crise financeira global

GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO

A Caixa Econômica Federal encerrou ontem a temporada de balanços dos grandes bancos brasileiros.
Com crescimento de 72,5% no lucro do terceiro trimestre, ante o mesmo período de 2010, o lucro líquido do banco chegou a R$ 1,3 bilhão.
Mesmo com crescimento percentual bastante acima da média, a Caixa seguiu a linha das outras instituições, lucrando mais com o aumento do crédito -à exceção do Santander, cujo ganho caiu.
A carteira do banco cresceu 39,5%, com destaque para o financiamento imobiliário e para empresas. "Tivemos uma alta grande, porque temos aumentado as operações a cada trimestre", diz Raphael Rezende, vice-presidente de Controle e Risco.
Os resultados, no entanto, expuseram que os bancos brasileiros já se preparam para a nova rodada da crise econômica internacional.
Os balanços mostram um aumento na despesas com possíveis perdas com a inadimplência. Além disso, segundo analistas, é possível identificar cautela maior na concessão de crédito por parte das instituições nos últimos meses.
Banco do Brasil, Bradesco e Santander elevaram suas provisões para calotes entre junho e setembro -o que reduziu o lucro líquido-, mesmo prevendo inadimplência estável ou com alta moderada nos próximos meses.
O BB chegou a elevar essas despesas em 23,5% ante 2010, para R$ 3,26 bilhões.
O Itaú Unibanco foi o único a reduzir as provisões. Isso porque já havia feito esse ajuste nos três meses anteriores, diz João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho.
"Os bancos estão desacelerando seus empréstimos, restringindo suas concessões e sendo mais seletivos."
Para Luís Miguel Santacreu, analista da Austin Rating, nem mesmo o relaxamento das medidas de restrição ao crédito adotadas pelo Banco Central no ano passado deve reverter esse quadro.
"Hoje existem facilidades para os bancos privados aumentarem o crédito, mas o cenário é mais arriscado."
Para ele, a exemplo da crise de 2008, as instituições públicas podem assumir a dianteira da alta do crédito.

EMPRESAS
Até setembro, a carteira de empréstimos dos bancos manteve o ritmo de alta, puxada pelo crédito a empresas. Segundo analistas, esse pode ser outro fator de preocupação. "O câmbio requer atenção. Empresas endividadas podem ter sua capacidade de pagamento afetada", diz Santacreu.
Reportagem da Folha na terça-feira mostrou que três dos dez principais setores da economia (transporte, celulose e química) saíram de lucro para prejuízo com alta de 19% da moeda no trimestre.

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