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OUTRO LADO
Bolsa diz que agiu na lei; Natura e Santander recorrem de multa
DE BRASÍLIA
A BM&FBovespa informou, por meio de sua assessoria, que a constituição do
ágio decorrente das incorporações entre empresas do
grupo deu-se com base na legislação vigente.
A assessoria também disse
não ter conhecimento de fiscalização da Receita.
O fisco, contudo, já iniciou
diligências em relação à
BM&FBovespa e solicitou informações à companhia.
Como a contabilidade das
grandes empresas é processada em arquivos magnéticos, numa primeira fase da
investigação os auditores
não precisam estar fisicamente dentro da companhia.
O Santander informou que
não iria se manifestar sobre o
caso porque havia recorrido
da multa aplicada pelo fisco.
O caso do banco espanhol
remonta à privatização do
Banespa, realizada em 2000.
Para usufruir do benefício
fiscal do ágio, o Santander
criou uma empresa "veículo"
no Brasil para receber o dinheiro que seria usado na
compra do Banespa.
Essa empresa "veículo"
(existente somente no papel)
adquiriu o Banespa e depois
foi incorporada pelo próprio
banco, gerando o ágio. Se os
espanhóis tivessem comprado diretamente o Banespa,
sem a empresa "veículo" no
Brasil, não teriam como usar
o benefício fiscal.
O fisco considerou uma simulação a operação do Santander e multou o banco, em
R$ 3,95 bilhões, em dezembro de 2008.
Em prospecto a investidores em outubro de 2009, o
Santander admitiu que recebeu a multa, mas informou
que tinha a convicção de que
conseguiria derrubá-la.
Procurada pela Folha, a
Natura não quis se manifestar sobre o auto de infração
de R$ 544 milhões recebido
em junho do ano passado.
A multa aplicada pelo fisco se deu por conta de uma
reestruturação societária iniciada pela Natura em 2000 e
que se estendeu até 2004.
A Natura recorreu da multa. Nos dois casos, ainda não
houve uma decisão final na
esfera administrativa.
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