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Uso da capacidade instalada da indústria recua após 15 meses
Queda reflete maior investimento em produção e fim da redução do IPI para carros e linha branca
Confiança da indústria atingiu no mês passado o terceiro maior nível desde 1995, quando a atual série teve início
MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO
Com mais investimentos
na indústria de transformação, o nível de utilização da
capacidade teve no mês passado a primeira queda desde
fevereiro de 2009, passando
de 85,1%, em abril, para
84,9%, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).
O Nuci (Nível de Utilização
de Capacidade Instalada) reflete o uso de máquinas e
equipamentos.
Para Aloisio Campelo,
coordenador do Núcleo de
Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, a redução está
associada ao aumento de investimentos na produção.
"Essa foi a primeira queda
no ano, mas já estávamos
vendo uma aceleração do
Nuci com menor intensidade
nos últimos meses, o que
confirma a chegada dos investimentos", afirmou.
Outro fator apontado pelo
coordenador da FGV para a
retração é o fim da redução
do IPI para automóveis e eletrodomésticos de linha branca. Nesse caso, ocorreu uma
queda na produção desse
segmento da indústria.
O Nuci das fabricantes de
linha branca, por exemplo,
foi de 92,3% em abril para
76%. Já o das indústrias de
material de transporte, que
inclui veículos, caiu de
89,7% para 89,4%.
Apesar das quedas, o indicador global ainda está acima da média registrada nos
quatro primeiros meses do
ano (84,3%) e da média histórica (desde 2003), de 83%.
CONFIANÇA
A pesquisa mostrou também que a confiança na indústria subiu de abril para
maio. Houve alta de 0,7%,
para 116,1 pontos, considerando dados com ajuste sazonal e numa escala de zero a
200.
É o terceiro maior nível da
série, iniciada em abril de
1995, ficando abaixo somente de novembro de 2007 e
março passado (116,9 e 116,5
pontos, respectivamente).
EXPECTATIVA
Após dois meses em queda, o índice de expectativa da
indústria voltou a subir em
maio, de 110,5 para 113 pontos. "As perspectivas ainda
não estão tão favoráveis como no início do ano, mas estão melhorando."
Os três indicadores que
apontam as perspectivas dos
empresários (produção, contratação e situação futura
dos negócios) tiveram elevação no mês.
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