São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2010

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Uso da capacidade instalada da indústria recua após 15 meses

Queda reflete maior investimento em produção e fim da redução do IPI para carros e linha branca

Confiança da indústria atingiu no mês passado o terceiro maior nível desde 1995, quando a atual série teve início

MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO

Com mais investimentos na indústria de transformação, o nível de utilização da capacidade teve no mês passado a primeira queda desde fevereiro de 2009, passando de 85,1%, em abril, para 84,9%, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).
O Nuci (Nível de Utilização de Capacidade Instalada) reflete o uso de máquinas e equipamentos.
Para Aloisio Campelo, coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, a redução está associada ao aumento de investimentos na produção.
"Essa foi a primeira queda no ano, mas já estávamos vendo uma aceleração do Nuci com menor intensidade nos últimos meses, o que confirma a chegada dos investimentos", afirmou.
Outro fator apontado pelo coordenador da FGV para a retração é o fim da redução do IPI para automóveis e eletrodomésticos de linha branca. Nesse caso, ocorreu uma queda na produção desse segmento da indústria.
O Nuci das fabricantes de linha branca, por exemplo, foi de 92,3% em abril para 76%. Já o das indústrias de material de transporte, que inclui veículos, caiu de 89,7% para 89,4%.
Apesar das quedas, o indicador global ainda está acima da média registrada nos quatro primeiros meses do ano (84,3%) e da média histórica (desde 2003), de 83%.

CONFIANÇA
A pesquisa mostrou também que a confiança na indústria subiu de abril para maio. Houve alta de 0,7%, para 116,1 pontos, considerando dados com ajuste sazonal e numa escala de zero a 200.
É o terceiro maior nível da série, iniciada em abril de 1995, ficando abaixo somente de novembro de 2007 e março passado (116,9 e 116,5 pontos, respectivamente).

EXPECTATIVA
Após dois meses em queda, o índice de expectativa da indústria voltou a subir em maio, de 110,5 para 113 pontos. "As perspectivas ainda não estão tão favoráveis como no início do ano, mas estão melhorando."
Os três indicadores que apontam as perspectivas dos empresários (produção, contratação e situação futura dos negócios) tiveram elevação no mês.


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