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Mercado de luxo espera crescer o triplo do PIB
Pesquisa com 95 empresas mostra que setor estima faturar R$ 15,1 bi
Gastronomia, hotelaria, spas e resorts de alto padrão são alguns dos setores que devem despontar com força
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
O mercado de luxo no Brasil deve avançar 23% neste
ano e faturar R$ 15,1 bilhões.
A expansão esperada é o triplo do que deve crescer o PIB
do país neste ano -7%, na
previsão dos mais otimistas.
O resultado é apontado na
pesquisa "O Mercado do Luxo no Brasil", realizada pelas
consultorias MCF e GfK Brasil, com 95 empresas nacionais e internacionais ouvidas
entre janeiro e março.
Mesmo sob impacto da crise financeira mundial, essas
empresas faturaram juntas
R$ 12,3 bilhões no ano passado -o que correspondeu a
12% de incremento sobre o
ano de 2008. Cada consumidor gastou no ano passado
R$ 2.726 por compra.
"O setor deve ter, em 2010,
o melhor resultado dos últimos cinco anos", diz Carlos
Ferreirinha, presidente da
MCF, uma das principais
consultorias do setor de luxo.
O crescimento recorde esperado se deve em parte ao
fato de o Brasil ter sofrido de
forma menos intensa os reflexos da crise mundial. Ele é
resultado ainda de investimentos feitos há dois anos
(por indústria, varejo e setor
de serviços) e do aumento de
consumidores nesse segmento, afirma Ferreirinha.
"O brasileiro voltou a comprar, mais consumidores têm
acesso a bens de luxo e as grifes estrangeiras estão expandindo seus negócios no país.
O Brasil está na mira dos grupos internacionais", afirma.
Gastronomia, hotelaria,
spas e resorts de alto padrão
devem despontar com força
neste ano. "Quem deve sustentar o crescimento do mercado é o setor de serviços,
que traduz de forma eficiente
o luxo", diz Ferreirinha.
As indústrias de beleza e
automobilística e o segmento
de incorporação imobiliária
também terão destaque.
O grupo francês de luxo
LVMH, dono da Louis Vuitton, anunciou no início de julho a compra de 70% do site
brasileiro de cosméticos
Sack's. Nos planos do grupo,
estão a abertura de lojas, a
partir de 2011, e a eventual fabricação nacional de marcas
consagradas da Sephora.
VEÍCULOS
A venda de carros importados no primeiro semestre
deste ano avançou 175,3%
sobre igual período de 2009,
segundo a Abeiva (reúne importadoras de veículos).
Nos modelos acima de
R$ 400 mil, os números são
ainda mais expressivos: foram vendidos 277 carros nessa faixa de preço de janeiro a
junho deste ano. No mesmo
período de 2009, foram 120.
Além do incremento na
venda de modelos de luxo, as
montadoras investem na
criação de espaços vips dentro das concessionárias para
atrair o público A.
A GM é uma das empresas
que estudam abrir alas "premium" nas revendedoras, segundo a Folha apurou.
SHOPPINGS
Já os shopping centers investem não só na criação de
serviços diferenciados -como de concierges para acompanhar e fazer serviços para
o consumidor mais exigente- mas também na expansão para outras regiões.
Até 2014, o grupo Iguatemi
vai abrir cinco shoppings.
Em março deste ano, inaugurou um estabelecimento no
Distrito Federal.
Brasília, Porto Alegre e Curitiba lideram o ranking de cidades mais promissoras para
o mercado de luxo -fora do
eixo Rio-São Paulo.
"As grandes marcas se surpreenderam com os resultados acima do esperado [nas
vendas] em Brasília. A cidade
tem a renda per capita mais
alta do país e havia uma demanda reprimida por lojas
com o perfil das que existem
nos shoppings do grupo", diz
Cristina Betts, vice-presidente de Finanças do grupo.
Em Salvador, a JHSF, dona
do shopping Cidade Jardim,
já anunciou um megaempreendimento com prédios
residenciais e comerciais,
além do shopping Bela Vista.
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