São Paulo, segunda-feira, 01 de agosto de 2011

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Fundos investem em Bolsa sem perdas

Capital protegido permite que cliente aplique em ações sem correr o risco de ver seu patrimônio diminuído

Valores destinados a essas aplicações dobraram desde 2008; investidor pode ganhar na alta e na baixa

Marisa Cauduro/Folhapress
O advogado Wesley Duarte, que já aplica pela segunda vez em fundos de capital protegido após experiência positiva

GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO

Os investidores que apostaram na alta da Bovespa neste ano não devem estar satisfeitos com suas aplicações. A Bolsa já caiu 15% e, com as incertezas nos EUA e na Europa, pode ter mais problemas até 2011 terminar.
Para quem acha que o momento de baixa é o ideal para se aventurar no mercado de ações, mas não suporta ver seus recursos diminuírem, ou quer manter sua aplicação em renda variável, mas com risco reduzido, ganha destaque um tipo de fundo cujo patrimônio dobrou entre 2008 e este ano: capital protegido.
De estratégia bastante complexa, esses fundos permitem não apenas que o investidor ganhe com a alta do mercado, mas também se beneficie da queda. E garantem, pelo menos, a devolução dos recursos aplicados.
Isso significa que, se o cliente aplicar R$ 50 mil, ao final do período de investimento ele receberá, no mínimo, essa quantia. Ainda que a Bolsa despenque.
"Esse tipo de fundo tem lugar dentro de uma carteira bem diversificada de investimentos", afirma Aquiles Mosca, superintendente de investimentos pessoais do Santander, líder no mercado, com R$ 3,5 bilhões de patrimônio.
Funciona assim: os gestores dos fundos definem um intervalo para os ganhos. Dentro desse intervalo, o investidor leva integralmente qualquer variação.
Em um fundo do Santander, por exemplo, se a Bolsa subir até 40%, o cliente ganha todo o percentual de valorização. Se esse limite é ultrapassado, ele leva um percentual predeterminado do CDI (juros entre bancos, que espelham a Selic), que costuma ser de pelo menos 105%.
Se cair até 20%, os recursos também rendem, mas com sinal invertido. Ou seja, se a Bolsa cai 8,75%, o investimento rende 8,75%. Abaixo dos 20%, o banco devolve o dinheiro aplicado.

VOLATILIDADE
"Se o mercado estiver volátil, indo bem ou indo mal, esse tipo de fundo tem muito apelo, porque permite assumir risco, mas sem perder", afirma Osvaldo Nascimento, diretor de investimentos do Itaú Unibanco.
Segundo Carlos Takahashi, presidente da gestora do Banco do Brasil, BB DTVM, o fundo de capital protegido serve para quem quer diversificar sua carteira de investimentos, mas, ao mesmo tempo, proteger seu capital.
"O fundo me permitiu fazer um tipo de aplicação que não fosse tão conservador quanto poupança e nem tão agressivo quanto a Bolsa", diz o advogado Wesley Duarte, 36. "Minha aplicação rendeu cerca de 115% do CDI."
Duarte faz parte de uma estatística positiva para o mercado: cerca de 18% de investidores do Santander voltaram a aplicar nos fundos, após uma primeira experiência positiva.


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