|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Arrecadação menor contribui para redução
DE BRASÍLIA
O desempenho abaixo do
esperado da arrecadação
tributária neste ano contribuiu para a elaboração de
um projeto de Orçamento
menos ambicioso para 2011.
Embora recordes tenham
sido batidos no primeiro trimestre, a receita do governo
perdeu impulso e não cresceu tanto quanto o governo
esperava. Pelas projeções
mais recentes, deve terminar 2010 nos mesmos patamares de dois anos antes.
Na avaliação reservada
da área técnica, pode estar
chegando ao fim a expansão quase contínua da arrecadação contabilizada no
segundo mandato de Lula
-quando, graças à expansão da economia e à formalização de empresas e empregos, a receita pública
cresceu acima do PIB mesmo sem alta de impostos.
No projeto de Orçamento
para este ano, previa-se arrecadação equivalente a
25,67% do PIB, elevados pelo Congresso para 26,28%;
hoje, o governo espera
23,98% em 2010 e 24,86%
em 2011.
A frustração de receitas,
não acompanhada na mesma medida pelo controle de
despesas, provocou o descumprimento da meta de
superavit primário -a poupança orçamentária destinada ao abatimento da dívida pública- em 2009, o que
deve se repetir neste ano.
Para o próximo ano, a
meta de superavit federal é
de R$ 81,8 bilhões, que podem ser reduzidos a R$ 49,8
bilhões se a diferença for coberta por gastos incluídos
no PAC. Nessa hipótese, a
poupança equivalerá a
1,28% do PIB, praticamente
a mesma de 2009, o pior resultado desde o início do
programa de ajuste fiscal.
No projeto de Orçamento
enviado ao Congresso, as
estatais federais devem produzir outros R$ 7,6 bilhões
em superavit primário,
mas, conforme a Folha noticiou, as empresas têm descumprido sistematicamente suas metas.
As estatais respondem
pela grande maioria dos investimentos federais. Enquanto o Tesouro terá R$ 52
bilhões para investir no próximo ano, o orçamento de
suas empresas chega a
R$ 107,5 bilhões.
(GP)
Texto Anterior: Orçamento de 2011 reduz gasto social Próximo Texto: Frase Índice
|