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Odebrecht é a mais internacionalizada
Construtora passa JBS em ranking das companhias brasileiras com maior presença no exterior no ano passado
Investimento das brasileiras no exterior cai US$ 10 bilhões em 2009, com "recuo tático" devido à crise
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO
A construtora Odebrecht é
a empresa mais internacionalizada do Brasil, segundo
ranking da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de
Empresas Transnacionais e
da Globalização Econômica).
A companhia assume a liderança depois de ter ficado
em segundo lugar no levantamento anterior.
O estudo deste ano, feito
em parceria com o jornal
"Valor Econômico", considera não só os ativos das companhias no exterior, mas
também as receitas obtidas e
os empregos em outros países em 2009 (veja quadro).
O levantamento mostra
que 70,9% da receita líquida
da Odebrecht veio de fora do
Brasil. Além disso, 60% dos
funcionários e 70% dos ativos estavam no exterior.
Desses dados, resulta um
índice de internacionalização da empresa de 66,9%.
O estudo mostra ainda que
houve crescimento dos percentuais de ativos e empregos da construtora em outros
países na comparação com
os de 2008 -embora a participação da receita estrangeira tenha diminuído.
"RECUO TÁTICO"
Luís Afonso Lima, presidente da Sobeet, afirmou que
os dados divulgados agora
mostram que o ano passado
representou um "recuo tático" para as multinacionais
brasileiras, uma consequência da crise global.
"Houve uma diminuição
de US$ 10 bilhões no fluxo de
investimento das companhias no exterior", apontou
Lima. "Mas já começa a haver uma recuperação, e a tendência é que as empresas se
internacionalizem mais daqui para frente", completou.
Uma prova disso, disse Lima, é que, nos sete primeiros
meses deste ano, os investimentos das empresas em
aquisições no exterior somaram US$ 15 bilhões, o maior
valor desde que a medição
começou a ser feita pelo Banco Central, em 1947.
O presidente da Sobeet
disse ainda que o estudo
atual mostrou que as companhias brasileiras com atuação externa têm buscado investir na produção em outros
países -e não apenas em escritórios de representação.
Essa iniciativa, de acordo
com Lima, ganhou força em
2009 justamente pelas oportunidades de negócios que as
companhias encontraram lá
fora no período pós-crise.
"Outro aspecto é que o dólar baixo favorece mais a produção no exterior. Exportar a
partir do Brasil fica desfavorável", completou.
ALIMENTOS
O estudo aponta também
que o setor que obteve a
maior receita no exterior em
2009 foi o de alimentos.
Foram R$ 36,8 bilhões,
considerando o dólar médio
do ano passado, acima de
R$ 2,00, segundo a Sobeet.
Desse total do setor, cerca
de 80% veio da JBS, que ficou
em segundo lugar no ranking
geral de internacionalização.
No levantamento anterior, a
empresa havia sido líder.
Ainda de acordo com o
ranking de 2010, dois segmentos possuem o maior número de multinacionais: veículos e peças (com oito empresas) e tecnologia da informação (com sete).
Juntas, essas companhias
empregam 73 mil pessoas,
das quais 10 mil trabalham
no exterior.
"Cada vez mais as empresas brasileiras se dão conta
de que a internacionalização
gera competitividade. Estando em outros países, as companhias ficam mais expostas", afirma Lima.
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