São Paulo, sábado, 01 de outubro de 2011

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Governo diz que está aberto a negociar IPI

Ministro Pimentel confirma que examinará propostas de empresas com planos de construir fábricas no país

Importadores rebatem crítica de 'pirataria' e dizem que o setor vai recolher R$ 5,6 bi em impostos neste ano

CIRILO JUNIOR
VENCESLAU BORLINA FILHO

DE SÃO PAULO

O governo aguarda os projetos detalhados de montadoras com planos de construção de novas fábricas no país para avaliar a flexibilização do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) cobrado sobre os carros importados por essas empresas.
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse ontem que o governo está aberto a propostas.
"Empresas sérias que querem vir desenvolver produtos no Brasil terão suas propostas examinadas. Até o momento, não recebemos nenhuma", disse em São Paulo, no evento Exame Fórum.
A Folha revelou ontem que o governo deu sinal verde para aliviar montadoras do imposto mais alto desde que instalem unidades no Brasil e se comprometam com um cronograma escalonado para atingir no médio prazo 65% de conteúdo local.
Em palestra feita no mesmo evento, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender o aumento do IPI sobre os importados.
"Nós vamos dar peso à geração e agregação de valor, dentro do Brasil, e à inovação, dentro do Brasil. Daí o sentido da nossa política, por exemplo, de IPI dos automóveis", declarou.
O ministro Guido Mantega (Fazenda), no mesmo evento, afirmou que países exportadores de carros como China e Alemanha estão praticando concorrência predatória diante da queda da demanda nas economias desenvolvidas. "Estão fazendo o diabo para exportar", disse.

'PIRATARIA'
Os importadores de veículos reagiram à declaração dada anteontem pela presidente Dilma Rousseff, de que o mercado interno brasileiro "não será objeto de pirataria de país nenhum".
Em nota, o presidente da Abeiva (associação dos importadores de veículos), José Luiz Gandini, afirmou que as 25 empresas que representa não têm intenção de tornar o mercado interno brasileiro objeto de pirataria.
Segundo a nota, a associação é constituída por empresas brasileiras, com rede autorizada de mil concessionárias, que geram 40 mil empregos diretos a brasileiros.
"Neste ano, apesar de termos participação de apenas 5,8% do mercado, vamos recolher aos cofres públicos R$ 5,6 bilhões em impostos", afirmou Gandini.


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