São Paulo, quarta-feira, 02 de fevereiro de 2011 |
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ANÁLISE COMBUSTÍVEIS Tensão no Egito ressalta necessidade de encontrar alternativas ao petróleo THAÍS MARZOLA ZARA ESPECIAL PARA A FOLHA Nesta semana, o petróleo tipo Brent chegou a superar a barreira de US$ 100 o barril. Sobre um mercado que vinha aquecido nos últimos dois meses, por conta de perspectivas de recuperação da economia norte-americana e compras chinesas, pesaram as preocupações com as crescentes tensões políticas no Egito, por dois motivos. Primeiro, apesar de o Egito não ser um importante produtor, tem um grande papel no transporte do óleo do Oriente Médio e do Mediterrâneo para a Europa, pelo canal de Suez. Mesmo o canal sendo estreito demais para permitir a passagem de petroleiros de maior porte, por ele passa cerca de 1 milhão de barris de petróleo por dia. Além disso, mais 1,1 milhão de barris é transportado para o norte pelo oleoduto Suez-Mediterrâneo. Assim, pelo canal de Suez passam cerca de 2% da produção mundial de petróleo. De efetivo estão ocorrendo apenas alguns atrasos nos embarques, provocados pela alteração de procedimentos -antes realizados via internet, passaram a ser feitos pessoalmente. O transporte, então, tem ocorrido de forma praticamente normal. O segundo motivo para a alta recente do petróleo é que as tensões no Egito abrem caminho para especulações sobre uma reação em cadeia de outros países do Oriente Médio. Isso, sim, poderia afetar seriamente a produção mundial, especialmente se chegasse até a Arábia Saudita. O mais provável é que a alta de preços tenha sido exagerada e tenda a se corrigir nos próximos dias, voltando a rodar em torno de US$ 90 por barril. No pior dos casos, o petróleo continuaria vindo ao ocidente, nem que fosse contornando a África. No entanto, esse evento nos lembra que grande parte do petróleo mundial está sob um território sujeito a turbulências, reforçando a necessidade da busca de outras reservas do recurso natural e de alternativas a ele no médio e longo prazo. THAÍS MARZOLA ZARA é economista-chefe da Rosenberg Consultores Associados e mestre em economia pela USP. Internet: www.rosenberg.com.br Texto Anterior: Saiba Mais: Produção japonesa caiu 38% desde 1995 Próximo Texto: Siderurgia: Usiminas vende fatia em grupo argentino por US$ 250 milhões Índice | Comunicar Erros |
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