São Paulo, quarta-feira, 02 de fevereiro de 2011

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Título em real pode ser arma no câmbio

Órgão vai comprar papéis vendidos fora do Brasil com o objetivo de estimular mercado e evitar ingresso de dólares

Bolsa de SP tem valorização de 1,9%, maior ganho em dois meses, e dólar recua 0,6%, para R$ 1,664

LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Como parte da estratégia para segurar a cotação do dólar, o Tesouro Nacional vai recomprar títulos em real vendidos fora do Brasil. O objetivo é ampliar o mercado desses papéis, o que os tornará mais atraentes.
Ao fazer a recompra de parte dos papéis, o governo sinaliza ao investidor que há possibilidade de se desfazer deles em caso de maior turbulência no mercado.
Com isso, o Tesouro quer dar opção para estrangeiros poderem investir em moeda brasileira sem entrar no país -trazendo com eles dólares e apreciando ainda mais a moeda brasileira. Novas emissões de papéis em real no exterior também deverão ser feitas neste ano.
"Estamos dando maior liquidez ao título, o que melhora o perfil e a qualidade dele e auxilia também a nossa política de câmbio", disse o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.
A emissão de títulos em real é feita lá fora desde 2005.
No ano passado, a participação desses papéis na dívida externa ficou em 13,6% e deverá aumentar neste ano. No Plano Anual de Financiamento, divulgado ontem, o Tesouro afirma que, em "situações excepcionais", como em crises financeiras, a estratégia será de uma recompra ainda maior desses títulos.
Segundo os dados divulgados ontem, a dívida pública federal encerrou 2010 em R$ 1,69 trilhão, quase R$ 200 bilhões acima do montante em dezembro de 2009.
A participação dos papéis prefixados subiu de 32,2% para 36,6%, o que, segundo o governo, melhora o perfil da dívida, já que a remuneração desses títulos não é afetada por crises como a de 2008.
Para este ano, o objetivo é que a dívida fique entre R$ 1,8 tri e R$ 1,93 tri.

MERCADO
A Bovespa registrou ontem seu maior ganho diário (1,91%) em dois meses. A expansão do setor manufatureiro dos EUA num ritmo mais intenso que o previsto influenciou no resultado.
O dólar recuou 0,6%, para R$ 1,664.


Colaborou EPAMINONDAS NETO, de São Paulo


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