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Consumo de classes C, D e E crescerá 7% ao ano até 2012
Estudo da Fecomercio diz que ritmo de crescimento de consumo de emergentes é o dobro das classes A e B
Gastos com habitação vivem expansão e há novas prioridades; regiões Norte e Nordeste lideram expansão
DE SÃO PAULO
O consumo de produtos e
serviços nas classes C, D e E
deve crescer em um ritmo
que é o dobro do esperado
para as classes A e B, segundo estudo feito pela Fecomercio (Federação do Comércio
do Estado de São Paulo).
A projeção considera que o
crescimento do consumo das
famílias de faixas de renda
até dez salários mínimos
(R$ 5.100) deve se manter entre 7% e 8% ao ano no período de 2010 a 2013.
Entre as famílias com renda superior a dez mínimos, o
ritmo de expansão do consumo deve ser de 4% ao ano até
2013. Os cálculos levam em
conta previsões de crescimento do PIB.
A dinâmica do consumo
na classe média tem passado
por mudanças nos últimos
anos e deve se sofisticar cada
vez mais, avalia Fabio Pina,
economista da Fecomercio.
A alimentação representa
17% nas despesas de todas as
famílias, que chegaram a
R$ 93,2 bilhões, segundo dados do IBGE atualizados para
2006. Nas classes C e D, esse
peso é maior -chega a 23% e
27%, respectivamente.
Cerca de 30% das despesas totais das famílias foram
destinadas para a habitação
-os gastos com esse item em
todas as faixas de renda chegaram a R$ 27,8 bilhões.
MUDANÇA DE CONSUMO
"Esses padrões devem mudar nos próximos anos, tanto
por região como por itens de
consumo. O consumo nas regiões Norte e Nordeste deve
crescer mais proporcionalmente do que no Sul e no Sudeste. Mas haverá uma mudança significativa no que se
consome", diz Pina.
"O consumo de arroz e feijão não vai mudar. Mas itens
como habitação devem ter
ganho de espaço entre as famílias, especialmente as de
menor renda, que têm mais
acesso a crédito e podem se
beneficiar de empreendimentos mais econômicos."
Para a Fecomercio, mantido o ritmo de expansão de
consumo das famílias, a
questão que deve ser debatida é como se pretende sustentar esse crescimento. O estudo projeta que o consumo
das famílias pode atingir
R$ 2,42 trilhões até 2013 e
R$ 3,29 trilhões em 2020.
"Como a tendência é de os
gastos do governo e os investimentos privados crescerem
acima do PIB, pode haver deficit internacional, já que o
país terá de recorrer a financiamento externo para se financiar ou haverá aumento
da inflação."
(CLAUDIA ROLLI)
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