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ANÁLISE
Por que virou tão importante o controle da Vivo pela Telefónica
EDUARDO TUDE
ESPECIAL PARA A FOLHA
Telefónica e Portugal Telecom decidiram, em 2002,
unir as operações de celular
no país e formaram a Vivo.
Com o tempo, a Telefónica, seguindo tendência global, uniu as operações fixa e
móvel nos países onde atua,
mas não conseguiu o mesmo
no Brasil, por ter só 50% do
bloco de controle da Vivo.
Diante desse quadro, ofereceu US$ 4,1 bilhões em
2007 pela participação da PT
na Vivo. A PT não aceitou a
oferta, pois a Vivo já representava, na época, 40% de
sua receita total. Só interessaria à PT vender a Vivo se
pudesse adquirir um ativo
equivalente no Brasil.
Em 2010 o empresário mexicano Carlos Slim, principal
concorrente da Telefónica na
América Latina, decidiu unificar sua operações fixas e
móveis e promover a fusão
da Claro com a Embratel.
As razões para formar uma
operadora integrada vão
além da melhoria da rentabilidade com as economias resultantes da fusão.
A TIM só consegue comercializar plano de serviço em
que ligações locais e de longa
distância para seus celulares
custam o mesmo por ser operadora integrada de celular e
longa distância.
A Vivo não pode fazer o
mesmo, pois as chamadas de
longa distância pertencem à
Telefónica. É difícil negociar
desconto entre duas operadoras que têm donos diferentes. Um acerto desse tipo afeta o resultado das operadoras
e, por consequência, os dividendos de cada uma.
Com essa oferta, a TIM
passou a ser a operadora líder em minutos de longa distância, à frente da Embratel.
A banda larga é um acelerador desse processo. Com a
banda larga móvel, as operadoras de celular têm de usar
redes de fibra óptica na rede
de transmissão que conecta
suas torres de antenas. Não
há sentido em construir uma
rede de banda larga para a fixa e outra para a móvel.
As redes de banda larga fixa e móvel estão convergindo, e os serviços, também. A
oferta de pacotes onde estão
incluídos banda larga fixa e
móvel é tendência mundial.
Diante desse quadro, a Telefónica, que perdeu para a
Vivendi a disputa pela GVT
em 2009, voltou à carga e fez
nova oferta pela participação
da PT na Vivo. A PT recusou.
A receita da Vivo equivale
hoje a 46% da receita da PT.
A Telefónica precisa unificar suas operações fixas e
móveis no Brasil ou ficará em
desvantagem em relação a
seus principais concorrentes: Oi e Claro/Embratel. A Oi
já havia integrado as operações fixas e móveis.
Já a PT, se vender a participação na Vivo, encolherá como grupo, a menos que compre outro ativo de igual porte.
Solução conciliadora poderia ser a PT concordar em
ser minoritária na nova operadora formada pela união
da Vivo com a Telefónica.
Mas não parece ser uma solução boa para as duas partes.
EDUARDO TUDE é presidente da Teleco
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