|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
CAFÉ X AÇÚCAR
A região é do açúcar,
mas é o café quem está fazendo a festa de 15 anos da
fundação do Banco Ribeirão Preto. Em menos de
três anos, o repasse do
Funcafé (de apoio à cafeicultura) passou a R$ 50 milhões no banco, cuja carteira de crédito total subiu de
R$ 100 milhões para R$ 280
milhões no período.
"A cana é importante,
mas o café já é mais", diz
Nelson Rocha Augusto,
presidente do banco, que
comandou a BB DTVM, a
gestora do Banco do Brasil.
O Ribeirão Preto, porém,
rompeu a fronteira regional e expande seus negócios para Minas, Bahia e
Rio Grande do Norte.
O custo da captação total
de recursos é de 100,02%
do CDI, segundo Augusto.
Apenas 15% vêm de grandes instituições. O restante
do "funding" tem origem
na própria clientela.
"Compramos dinheiro
relativamente barato através de produtos específicos
de captação também barata. Isso faz com que sejamos mais competitivos."
População com plano de saúde fica estagnada
A fatia de brasileiros com
planos de saúde cresceu um
ponto percentual de 1998 a
2008, apesar da expansão da
economia do país.
A população com plano
era de 25% em 2008 ante 24%
em 1998, segundo estudos
preliminares do Centro de
Políticas Públicas do Insper,
baseado na Pnad (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
"É surpreendente que não
tenha aumentado o número
de pessoas com plano, pois a
renda familiar cresceu muito
nos últimos anos. Ainda estudamos os fatores que possam explicar isso", afirma
Naércio Menezes, coordenador do centro e professor do
Insper e da USP.
A estagnação é creditada
ao custo do serviço, em alta
desde a criação da ANS, em
2000. "O rol de procedimentos mínimos [da agência] encarece os planos. Nem todos
podem pagar", diz Arlindo
de Almeida, presidente da
Abramge (associação de medicina de grupo, com 260
operadoras de saúde).
"Em números absolutos o
setor cresce, mas não espanta que seja relativamente
pouco, pois segue o nível de
renda do emprego formal",
diz Solange Beatriz Mendes,
diretora-executiva da Fenasaúde, de operadoras e seguradoras de saúde.
A ANS, porém, aponta aumento de 30% nos planos
privados de 2000 a 2009, alta
que as associações creditam,
em grande parte, à atualização de cadastros.
A diferença das medições
ocorre porque a Pnad não separa planos públicos e privados e não exclui os odontológicos, entre outros fatores,
segundo a agência.
A melhora do sistema público de saúde e o envelhecimento da população podem
ter contribuído para a estagnação, segundo Mônica Viegas, da UFMG. "A alta da
massa salarial pode não ter
sido suficiente para aumentar o acesso à saúde."
Negócios possíveis Um
dos protagonistas da novela
da compra da Vivo, o presidente da Portugal Telecom,
Zeinal Bava, participará das
discussões do Encontro Empresarial Brasil-União Europeia, marcado para o dia 14,
em Brasília. Bava discute as
perspectivas dos negócios entre Brasil e União Europeia. O
encontro é promovido pela
CNI e por sua congênere Business Europe, que representa
40 federações industriais e 20
mil empresas de 34 países.
CRESCE SEGURO PARA PESSOAS
O mercado de seguros para pessoas cresceu 17,4% em
abril deste ano em relação ao
mesmo mês de 2009, alcançando R$ 1,3 bilhão.
A expansão se deve ao aumento da renda da população, segundo Marco Antônio
Rossi, presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de
Previdência Privada e Vida).
Outro fator é o aumento do
crédito disponível no mercado, que impulsionou os seguros prestamistas -aqueles
contratados para garantir
prestações em caso de morte,
invalidez ou desemprego-,
segundo o executivo.
A Bradesco Seguros foi a líder do mercado em abril,
com 16,6%. No mesmo mês
de 2009, o primeiro lugar do
ranking era do Itaú.
"O Brasil tem muito espaço para crescer. Somos muito
almejados por empresas estrangeiras", diz Rossi.
REMEDIADO
A farmacêutica americana Eli Lilly se prepara para
direcionar seu foco aos mercados emergentes. No Brasil, o interesse está nas classes C e D, onde a empresa
criou uma área de Alianças
Estratégicas para a América
Latina, que começou a funcionar ontem, sob a direção
de Allan Finkel. O objetivo é
buscar novas parcerias e
modelos de negócios, o que
pode incluir, no futuro,
aquisições pontuais. "Primeiro, vamos buscar acordos com empresas que queiram desenvolver produtos
aproveitando nossa expertise", afirma. A companhia
também estuda novas estratégias de preços.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES
Próximo Texto: Brasil é tímido em negócios na África Índice
|