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Superavit da balança é o menor desde 2002
Diferença entre compras e vendas
ficou em US$ 7,8 bi no semestre
Dólar baixo e economia em expansão levaram a importações 43,9% maiores; exportações tiveram alta de 26,5%
LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA
O aumento nas importações pelos brasileiros fez cair
quase pela metade o saldo
comercial do país no primeiro semestre.
De janeiro a junho, a diferença entre as vendas e as
compras do exterior ficou em
US$ 7,8 bilhões, valor 43,7%
menor do que o registrado no
mesmo período do ano passado, na comparação pela
média diária. Foi o menor
saldo para o primeiro semestre desde 2002.
Com a economia brasileira
em expansão e ajudada pelo
dólar baixo, as importações
cresceram 43,9% nos seis
primeiros meses do ano, chegando ao valor recorde de
US$ 81,3 bilhões. Já as exportações subiram 26,5%.
Para o secretário-adjunto
de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Fábio Faria, as importações não devem continuar
crescendo em um ritmo tão
díspar das exportações no segundo semestre.
"O que importa é crescer o
volume de comércio e isso está acontecendo. É algo louvável porque você está tendo
um aumento da atividade
econômica", afirmou.
Segundo Lia Valls, economista da FGV (Fundação Getulio Vargas), a tendência é
que o saldo da balança comercial brasileira continue
caindo, devido ao maior crescimento econômico do país e
pela lentidão na recuperação
de mercados compradores,
como Europa e EUA.
Ela ressalta que, com esse
quadro, o país pode ter um
problema de financiamento
do deficit de transações correntes, já que há uma entrada grande de capital especulativo, mais volátil.
A saída
seria tornar os produtos brasileiros mais competitivos.
"É preciso ter persistência
em medidas de melhoria de
infraestrutura, descobrir novos nichos de mercado, melhorar na oferta exportadora.
Isso é um trabalho constante
que demora, mas você tem
que implementar e ser consistente", completou.
PRODUTOS
No primeiro semestre, a alta das exportações foi puxada principalmente por produtos básicos, como petróleo
e minério de ferro.
Nesse mesmo período,
apesar de os embarques de
produtos industrializados terem aumentado, eles perderam participação no total exportado pelo país, caindo de
56% de janeiro a junho de
2009 para 54,4% neste ano.
Por outro lado, o aumento
das importações foi escorado
na compra de combustíveis
-impactada principalmente
pelo petróleo em alta- e por
bens de consumo. Este último subiu 49%, deixando para trás a compra de matérias-primas e de bens de capital.
Apesar de a Ásia continuar
liderando o ranking dos destinos de produtos brasileiros,
o bloco perdeu participação
no primeiro semestre, caindo
de 28% para 27,3%.
O motivo, segundo Faria,
foi o menor embarque de soja
para a China após meses de
grandes vendas, devido à recomposição de estoques pelo
país asiático.
A participação da América
Latina, por outro lado, subiu
de 20,8% para 23,9%, devido
à recuperação de seus países.
FOLHA.com
Economistas analisam queda no saldo da balança comercial; ouça
folha.com.br/mm760303
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