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Veto na Vivo reforçou suspeita sobre acordo
Telefónica e PT teriam acerto por controle da tele
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
O veto do governo português à venda da participação
da PT (Portugal Telecom) na
Vivo à Telefónica foi a única
saída após ter percebido que
havia um acordo entre portugueses e espanhóis.
Pedro Silva Pereira, ministro da Presidência de Portugal, afirmou que o presidente
do Conselho de Administração da PT, Henrique Granadeiro, chegou a avisar o governo de que a Telefónica colocou executivos para negociar diretamente com acionistas e executivos da operadora portuguesa.
Isso antes que a oferta de
€ 7,15 bilhões da Telefónica pelos 30% da PT na Vivo fosse
votada pela assembleia.
A Folha apurou que, apesar disso, Granadeiro diminuiu a importância das negociações que teriam ocorrido
nos bastidores dizendo que
envolviam pessoas sem mandato das empresas para tal.
A assembleia aconteceu e
o resultado da votação levantou ainda mais suspeitas sobre a existência de um acordo fechado anteriormente
entre a Telefónica e acionistas da PT. Somente 26% dos
presentes votaram contra,
surpreendendo o governo
português.
Para ele, os acionistas que
faziam parte do "núcleo duro" da PT garantiram que haveria quorum suficiente para
derrubar a proposta da Telefónica pela Vivo. Estimavam
que 35% seriam contrários.
No final, até o grupo Espírito Santo e o Ongoing, um
dos principais acionistas que
publicamente defenderam a
Vivo como ativo estratégico
para a sobrevivência da PT,
mudaram de lado, fazendo
críticas ao veto.
Michel Barnier, comissário
do Tribunal de Justiça da
União Europeia, já tinha dado sinais de que o veto será
derrubado pela corte europeia. Também por isso, a Telefónica estendeu o prazo de
sua oferta para o dia 16, uma
semana após a decisão.
Representantes das operadoras envolvidas acreditam
que o veto teria funcionado
como um alerta à própria PT.
Como acionista da operadora, o governo português estaria sinalizando que tem planos para a operadora portuguesa e não aceita "traição".
A Folha apurou que Brasil
e Portugal querem criar uma
supertele nos países de língua portuguesa mesmo com
a venda da Vivo à Telefónica.
Mas, para isso, será preciso o
apoio dos acionistas.
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