São Paulo, sábado, 02 de julho de 2011 |
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commodities Em SP, área plantada de cana cresce 5% em 1 ano Cultura se expande no oeste do Estado, sobre pastagens e pomares de laranja Avanço, no entanto, não será suficiente para suprir demanda por álcool e açúcar, afirma pesquisador
ELIDA OLIVEIRA DE RIBEIRÃO PRETO Embora já esteja saturada em algumas regiões, a cana-de-açúcar avançou em São Paulo e, em somente um ano, passou a ser cultivada em mais 237 mil hectares. Com o crescimento, a cana passou a ser cultivada em 5,18 milhões de hectares, o que representa 4,75% mais que o cultivado no ano passado, segundo dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. Com isso, a expectativa é que a produção paulista atinja 437,5 milhões de toneladas na nova safra, 4,67% mais que na safra anterior. Os dados são referentes a abril. Com pouco espaço para crescer em regiões tradicionais, como Ribeirão Preto, a cultura se expandiu principalmente sobre áreas de pastagens, mas também atingiu, em menor escala, pomares de laranja de São Paulo, segundo Sérgio Torquato, pesquisador científico e coordenador de cana do IEA. Segundo ele, a cana está avançando no oeste do Estado, única fronteira que pode ser explorada pela cultura. Pecuaristas da região estão arrendando as terras para usinas, mantendo o número de cabeças de gado numa área menor de pastagem. Já os produtores de laranja que tiveram problemas com doenças, como o greening, estão substituindo a cultura. Apesar do crescimento, ele não será suficiente para suprir a demanda por álcool e açúcar, diz o pesquisador, reflexo da falta de investimentos que deveriam ter sido feitos há dois anos, e suspensos após a crise de 2008. "Nas últimas safras não houve renovação de canaviais. O setor estava descapitalizado, o que refletiu na safra seguinte." A própria entidade que representa as usinas no Centro-Sul reconhece o deficit de lavouras. MAIS PRODUÇÃO Segundo Sérgio Prado, da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) na região de Ribeirão Preto, entre 2003 e 2010 a capacidade de produção da cana dobrou. Mas ainda seriam necessários mais 400 milhões de toneladas de cana -ou quase a totalidade da produção paulista- para suprir a demanda dos veículos flex nos próximos dez anos. Além disso, fatores climáticos, como o excesso de chuvas, que atrasaram o plantio da cana, contribuíram. Embora o estudo do IEA tenha captado alta de 4,67% de produtividade ante o mesmo período do ano anterior, o índice deverá fechar 2011 negativo, segundo Torquato. Ele prevê que haverá falta de cana antes da entressafra. "É provável que tenhamos dificuldades sérias já em outubro ou novembro", disse. Com a recuperação do setor e a capitalização dos produtores, os investimentos estão sendo retomados, mas só terão reflexos daqui a dois ou três anos, de acordo com o setor sucroalcooleiro. Texto Anterior: Defesa contesta tese de violação de contrato Próximo Texto: Demanda por etanol exige aporte de R$ 80 bi Índice | Comunicar Erros |
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