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Avanço chinês sobre o setor deve continuar
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
O acordo da Sinopec para
adquirir 40% da Repsol Brasil é o maior passo das petroleiras estatais chinesas no
país. E tudo indica que não
será o último.
O negócio de US$ 7,1 bilhões é de longe o mais vultoso investimento chinês no
Brasil. Antes, o recorde pertencia a outra estatal petroleira: a Sinochem pagou
US$ 3,07 bilhões por 40% do
campo Peregrino (bacia de
Campos) e agora é sócia da
norueguesa Statoil.
Até o fim deste ano, a própria Sinopec pode superar o
recorde de ontem. Junto com
outra estatal chinesa (a
Cnooc), a petroleira está interessada em comprar até 30%
de sete blocos na bacia de
Campos pertencentes à OGX,
de Eike Batista.
A OGX estima que o negócio, previsto para ser fechado
até dezembro, chegue a até
US$ 14 bilhões. Além das chinesas, há cinco multinacionais interessadas nos blocos
da empresa de Eike.
A recente aproximação de
Eike com a China sugere que
a Sinopec e a Cnooc levam
vantagem sobre as concorrentes. Em dezembro, ele
vendeu 21,52% da mineradora MMX à estatal chinesa
Wisco por US$ 400 milhões.
Outro importante acordo
no campo de petróleo é o empréstimo de US$ 10 bilhões
contraído pela Petrobras no
Banco de Desenvolvimento
da China, assinado em 2009.
O pagamento está sendo
feito com petróleo. São 200
mil barris por dia entregues à
Sinopec -aproximadamente
10% da produção da estatal
brasileira- a partir deste ano
até 2019.
Em abril, a Petrobras e a Sinopec assinaram ainda um
acordo que dá preferência à
chinesa na venda de parte de
dois lotes na bacia do Pará-Maranhão, no norte do país.
O apetite chinês por petróleo é crescente. Em 1993, o
país passou de exportador a
importador de petróleo e hoje produz pouco menos da
metade do que consome (8,2
milhões de barris diários no
ano passado) .
O gigante asiático é o segundo maior consumidor do
mundo, atrás apenas dos
EUA, e o terceiro maior importador, de novo atrás dos
EUA e também do Japão.
Seus principais fornecedores
são Arábia Saudita, Irã, Angola e Rússia.
A expansão das petroleiras chinesas no exterior é
considerada uma política de
segurança nacional do governo, preocupado em ter
fornecedores confiáveis de
longo prazo.
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