São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2010

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Avanço chinês sobre o setor deve continuar

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

O acordo da Sinopec para adquirir 40% da Repsol Brasil é o maior passo das petroleiras estatais chinesas no país. E tudo indica que não será o último.
O negócio de US$ 7,1 bilhões é de longe o mais vultoso investimento chinês no Brasil. Antes, o recorde pertencia a outra estatal petroleira: a Sinochem pagou US$ 3,07 bilhões por 40% do campo Peregrino (bacia de Campos) e agora é sócia da norueguesa Statoil.
Até o fim deste ano, a própria Sinopec pode superar o recorde de ontem. Junto com outra estatal chinesa (a Cnooc), a petroleira está interessada em comprar até 30% de sete blocos na bacia de Campos pertencentes à OGX, de Eike Batista.
A OGX estima que o negócio, previsto para ser fechado até dezembro, chegue a até US$ 14 bilhões. Além das chinesas, há cinco multinacionais interessadas nos blocos da empresa de Eike.
A recente aproximação de Eike com a China sugere que a Sinopec e a Cnooc levam vantagem sobre as concorrentes. Em dezembro, ele vendeu 21,52% da mineradora MMX à estatal chinesa Wisco por US$ 400 milhões.
Outro importante acordo no campo de petróleo é o empréstimo de US$ 10 bilhões contraído pela Petrobras no Banco de Desenvolvimento da China, assinado em 2009.
O pagamento está sendo feito com petróleo. São 200 mil barris por dia entregues à Sinopec -aproximadamente 10% da produção da estatal brasileira- a partir deste ano até 2019.
Em abril, a Petrobras e a Sinopec assinaram ainda um acordo que dá preferência à chinesa na venda de parte de dois lotes na bacia do Pará-Maranhão, no norte do país.
O apetite chinês por petróleo é crescente. Em 1993, o país passou de exportador a importador de petróleo e hoje produz pouco menos da metade do que consome (8,2 milhões de barris diários no ano passado) .
O gigante asiático é o segundo maior consumidor do mundo, atrás apenas dos EUA, e o terceiro maior importador, de novo atrás dos EUA e também do Japão. Seus principais fornecedores são Arábia Saudita, Irã, Angola e Rússia.
A expansão das petroleiras chinesas no exterior é considerada uma política de segurança nacional do governo, preocupado em ter fornecedores confiáveis de longo prazo.


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