São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Queixa de dumping é 'normal', diz governo

Ministério do Desenvolvimento não considera medida resposta a aumento de imposto contra carros chineses

Indústria de celulose vai investir, em sete anos, US$ 20 bi para elevar produção de celulose para a China

DE SÃO PAULO

O Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) classificou, em nota, como "normal" a decisão da indústria papeleira da China de pedir medida de defesa comercial contra a indústria de celulose brasileira.
"Normal. Assim como é natural para as autoridades brasileiras atenderem queixas do setor produtivo relacionadas a importações de determinados produtos é também natural que os demais países assim o façam", diz, em nota. O governo brasileiro também não considera a ação dos chineses uma retaliação a medidas adotadas pelo Brasil contra a importação de papel daquele país.
Em ação mais recente, o governo brasileiro elevou de 13% para 43% o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados. A medida atingiu as montadoras chinesas que começaram a ganhar participação no mercado brasileiro, entre as quais a Chery, a JAC Motors, a Changan e a Lifan.
O Ministério do Desenvolvimento disse que irá acompanhar a acusação da indústria chinesa contra as fábricas de celulose do Brasil e "prestar eventuais esclarecimentos e orientações que lhe sejam solicitados pela autoridade investigadora". O país, segundo o MDIC, é parte do processo, mas não é o responsável pela apresentação da defesa, tarefa que terá de ser executada pela indústria de celulose.
A reportagem da Folha tentou falar, sem sucesso, com a presidente-executiva da Bracelpa, Elizabeth de Carvalhaes. Ela alegou, por intermédio da assessoria de comunicação, "falta de agenda" para comentar a acusação da indústria chinesa e as estratégias que o setor usará para se defender em eventual processo na China.

ALVO
A indústria de celulose brasileira já havia anunciado US$ 20 bilhões em investimentos até o ano de 2017. O foco desse novo ciclo de projetos é elevar a produção de celulose dos atuais 13,4 milhões para 20 milhões de toneladas por ano. A China é o principal alvo para a venda desse excedente. E isso é parte da preocupação dos chineses. (AB)


Texto Anterior: Papeleiras chinesas vão acusar Brasil de dumping
Próximo Texto: Seis multinacionais chegam ao país atraídas por megaprojetos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.