São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2011

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Artista cria técnica de pintar quadros com cinzas

DE SÃO PAULO

O tema da morte inspira a criatividade de artistas.
É o caso da artista plástica Cláudia Eleutério, que criou uma técnica para fazer pintura com tinta a óleo misturada às cinzas de mortos.
"Iniciei com cinzas de animais para aprender. Hoje trabalho sob encomenda em parceria com a Acempro [Associação Cemitério dos Protestantes]."
Cada quadro custa, em média, de R$ 3.000 a R$ 4.000, dependendo do tamanho e da quantidade de cinzas. Fotos dos mortos e vídeos servem de base para a artista plástica.
"Comecei quando passei perto de um cemitério e vi que poderia criar algo que imortalizasse as pessoas", diz.

JAZIGOS
Em uma cidade em que, a cada ano, cerca de 80 mil pessoas morrem, difícil é arranjar lugar para todos. Nos 22 cemitérios públicos, a metade não tem vagas perpétuas. Nos particulares, as vagas também são escassas. No disputado Cemitério do Morumbi, uma jazigo pode custar até R$ 25 mil.
Não à toa, os cemitérios da região metropolitana de São Paulo presenciam procura maior por parte de clientes da capital. No Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, 60% da clientela é paulistana.
"Oferecemos serviço sofisticado pela metade do preço", diz Reinaldo Dantas, administrador do local. Os jazigos perpétuos têm preços de R$ 3.000 a R$ 11,5 mil.
O serviço de cremação custa, em média, R$ 3.500. No Vale dos Pinheirais, em Mauá, 40% dos clientes são da capital paulista.
Segundo o Serviço Funerário de São Paulo, de 2000 a 2010, as cremações aumentaram 100%. No Horto da Paz, a procura quintuplicou desde 2006, a ponto de ser necessário implementar mais um forno neste ano.
Antenada a esse novo cenário, a fábrica paulistana de fornos industriais Metal Trend começou a produzir fornos crematórios neste ano. Feito sob encomenda, o modelo custa R$ 400 mil, com tecnologia própria.
A fábrica já negocia outros fornos com cemitérios de outras cidades do país. Desde 2002, a Cetesb (agência ambiental paulista) autorizou a instalação de 18 fornos no Estado.
A principal indústria do ramo, a Brucker, de Votuporanga (SP), percebeu aumento na procura de 40% nos últimos quatro anos. A fábrica será ampliada de uma área de 4.800 m˛ para uma de 12.000 m˛ no próximo ano. (DM)


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