São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2010

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ANÁLISE

Qualidade do 3G compromete experiência plena com tablet

JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

A Apple quis fortalecer sua rede de lojas que venderão o iPad com exclusividade. As teles, que lançaram o iPhone no país há dois anos, acreditam que só terão aval da Apple para vender o iPad no final do primeiro trimestre.
Essa estratégia tirou da Apple a pressão de colocar centenas de milhares de iPads no mercado. Até o momento, eles serão vendidos em quase 150 lojas credenciadas da fabricante. Somente a Vivo, líder do mercado de celular, queria disponibilizá-lo em 500 de suas lojas.
Recentemente, o problema de fornecimento da Apple afetou as operadoras no país, que não tinham mais iPhones para vender. A fabricante teria privilegiado países onde o consumo de aparelhos e de internet móvel cresce mais do que no Brasil.
Para a Apple, como para qualquer grande empresa de internet, não vale a pena apostar tanto em um país que ainda oferece pacotes de dados com preços elevados e qualidade de sinal precários.
É consenso entre as empresas de internet que as teles ainda precisam investir em suas redes para garantir não somente velocidade, mas cobertura, que ainda é falha até mesmo nas grandes capitais, segundo um levantamento recente da consultoria Teleco.
Só assim a experiência de internet em um dispositivo como o iPad pode ser plena, algo que está no centro das preocupações da Apple, que também depende dessa qualidade para a venda de seus aplicativos que exigem mais capacidade das redes.
As chances de que esse cenário mude rapidamente são remotas. As teles ainda não amortizaram os investimentos realizados na construção da rede 3G e já se preparam para a 4G, cuja estreia está prevista para 2014.
Até lá, o investimento em capacidade da rede atual avançará em ritmo 2G. E isso, para a Apple, como para as empresas que vislumbram negócios na internet móvel, ainda não é um bom sinal.


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