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VAIVÉM
MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br
Arroz fica fora da alta global dos alimentos
A forte alta de preço dos
produtos agrícolas não chegou ao arroz. Enquanto milho, soja e trigo aproximam-se dos picos de 2008, o arroz
ainda é negociado pela metade dos preços daquele ano.
Ontem, o arroz tailandês
tipo B -referência no mercado asiático, responsável por
90% da produção mundial-
era vendido a US$ 533 por tonelada, segundo dados da
associação dos exportadores
de arroz da Tailândia.
Há três anos, o preço ultrapassou US$ 1.000 por tonelada. Na Bolsa de Chicago, nos
últimos 12 meses o arroz subiu pouco mais de 3%, ante
alta de 57% do trigo, de 45%
da soja e de 92% do milho.
Ao contrário da relação
apertada entre oferta e demanda verificada para os
grãos, no caso do arroz a situação é confortável.
Segundo estimativa do
IGC (conselho internacional
de grãos), a produção global
será de 450 milhões de toneladas de arroz neste ano, 10
milhões maior do que a do
ano anterior, o que possibilitará aumento nos estoques,
apesar da alta de 2% no consumo, para 447 milhões de
toneladas.
Também contribui para a
estabilidade de preço o fato
de o ritmo de crescimento da
demanda ser menor para o
arroz. "A melhora do poder
aquisitivo nos países asiáticos fez com que aumentasse
a procura por trigo e carnes",
diz Vlamir Brandalizze, sócio
da Brandalizze Consultoria.
Além disso, o preço do arroz é menos vulnerável ao
movimento especulativo. O
principal mercado está na
Ásia e os contratos de Chicago não estão no alvo dos fundos de investimento.
Preço do feijão reage no campo
O feijão antecipou a alta
esperada para o segundo
semestre e se recupera. Só
nesta semana, a saca de 60
quilos subiu 27% em média,
no campo, para R$ 97, segundo pesquisa da Folha.
A valorização é puxada
pelo feijão carioquinha de
melhor qualidade, em falta
no mercado. Mas, segundo
produtores, os preços dos
produtos de menor classificação também sobem.
As chuvas atrapalham a
colheita em importantes regiões produtoras, como o
Paraná, que apresenta o
maior preço: R$ 110.
A recente valorização, no
entanto, ainda não foi suficiente para levar o produto
ao patamar de dezembro de
2010, quando o preço médio era de R$ 108 por saca.
Menos mal O arroz é
considerado alimento básico
para metade da população
mundial, com alto consumo
nos emergentes. A estabilidade dos preços, portanto,
torna essa alta das commodities menos grave sob o aspecto da segurança alimentar.
Bolsa Família No mercado interno, o aumento de
até 45% no valor do Bolsa Família deve elevar a demanda
por alimentos básicos, como
o arroz, diz a Brandalizze.
Leilões Enquanto a demanda não cresce, o governo
faz hoje mais um leilão para
compra de arroz pelo preço
mínimo de R$ 25,80. Ontem,
a saca era negociada entre
R$ 20 e R$ 22, em média.
Crescimento A organização da Agrovia, feira de negócios agropecuários de Itapeva (SP), prevê alta de 30%
no volume de negócios na
terceira edição, que ocorre
entre 6 e 9 de abril. Em 2010,
a feira girou R$ 60 milhões.
AÇÚCAR
+3,83%
Ontem, em Nova York
PRATA
+1,19%
Ontem, em Nova York
TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES
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