São Paulo, quinta-feira, 03 de março de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Arroz fica fora da alta global dos alimentos

A forte alta de preço dos produtos agrícolas não chegou ao arroz. Enquanto milho, soja e trigo aproximam-se dos picos de 2008, o arroz ainda é negociado pela metade dos preços daquele ano.
Ontem, o arroz tailandês tipo B -referência no mercado asiático, responsável por 90% da produção mundial- era vendido a US$ 533 por tonelada, segundo dados da associação dos exportadores de arroz da Tailândia.
Há três anos, o preço ultrapassou US$ 1.000 por tonelada. Na Bolsa de Chicago, nos últimos 12 meses o arroz subiu pouco mais de 3%, ante alta de 57% do trigo, de 45% da soja e de 92% do milho.
Ao contrário da relação apertada entre oferta e demanda verificada para os grãos, no caso do arroz a situação é confortável.
Segundo estimativa do IGC (conselho internacional de grãos), a produção global será de 450 milhões de toneladas de arroz neste ano, 10 milhões maior do que a do ano anterior, o que possibilitará aumento nos estoques, apesar da alta de 2% no consumo, para 447 milhões de toneladas.
Também contribui para a estabilidade de preço o fato de o ritmo de crescimento da demanda ser menor para o arroz. "A melhora do poder aquisitivo nos países asiáticos fez com que aumentasse a procura por trigo e carnes", diz Vlamir Brandalizze, sócio da Brandalizze Consultoria.
Além disso, o preço do arroz é menos vulnerável ao movimento especulativo. O principal mercado está na Ásia e os contratos de Chicago não estão no alvo dos fundos de investimento.

Preço do feijão reage no campo

O feijão antecipou a alta esperada para o segundo semestre e se recupera. Só nesta semana, a saca de 60 quilos subiu 27% em média, no campo, para R$ 97, segundo pesquisa da Folha.
A valorização é puxada pelo feijão carioquinha de melhor qualidade, em falta no mercado. Mas, segundo produtores, os preços dos produtos de menor classificação também sobem.
As chuvas atrapalham a colheita em importantes regiões produtoras, como o Paraná, que apresenta o maior preço: R$ 110.
A recente valorização, no entanto, ainda não foi suficiente para levar o produto ao patamar de dezembro de 2010, quando o preço médio era de R$ 108 por saca.

Menos mal O arroz é considerado alimento básico para metade da população mundial, com alto consumo nos emergentes. A estabilidade dos preços, portanto, torna essa alta das commodities menos grave sob o aspecto da segurança alimentar.

Bolsa Família No mercado interno, o aumento de até 45% no valor do Bolsa Família deve elevar a demanda por alimentos básicos, como o arroz, diz a Brandalizze.

Leilões Enquanto a demanda não cresce, o governo faz hoje mais um leilão para compra de arroz pelo preço mínimo de R$ 25,80. Ontem, a saca era negociada entre R$ 20 e R$ 22, em média.

Crescimento A organização da Agrovia, feira de negócios agropecuários de Itapeva (SP), prevê alta de 30% no volume de negócios na terceira edição, que ocorre entre 6 e 9 de abril. Em 2010, a feira girou R$ 60 milhões.

AÇÚCAR
+3,83%

Ontem, em Nova York

PRATA
+1,19%

Ontem, em Nova York

TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES


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