São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2011

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Anistia Internacional pede fim de Belo Monte

Construir usina é "sacrificar direitos humanos por desenvolvimento", diz organização

DA FRANCE PRESSE

A organização Anistia Internacional pediu ontem que o governo brasileiro suspenda o projeto de construção da hidrelétrica de Belo Monte até que os direitos da população indígena estejam "plenamente garantidos".
"Continuar com a construção da represa antes de assegurar que os direitos das comunidades indígenas estejam protegidos equivale a sacrificar os direitos humanos pelo desenvolvimento", disse em comunicado Guadalupe Marengo, subdiretora da região Américas da organização, sediada em Londres.
A CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos, pediu em abril ao Brasil a suspensão imediata da construção e uma consulta aos povos indígenas afetados pelo impacto social e ecológico da obra gigantesca no rio Xingu, no Pará.
A presidente Dilma Rousseff retaliou a CIDH, ameaçando tirar o Brasil do órgão, suspendendo repasse de US$ 800 mil e convocando o embaixador na OEA de volta.
Anteontem, no entanto, o Ibama concedeu a licença ambiental, considerada a permissão definitiva para a construção da hidrelétrica. As obras ficaram paralisadas por vários anos em consequência da oposição de ecologistas e indígenas.
Com 11.200 MW de potência e um custo de R$ 27,4 bilhões, a hidrelétrica de Belo Monte deve vir a ser a terceira maior do mundo. Inundará uma área de 516 quilômetros quadrados em duas represas e provocará o deslocamento de 16.000 pessoas.


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