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SP sofre "apagão" de terrenos comerciais
Folha mapeia os dez locais mais cobiçados ainda disponíveis na região nobre da capital para prédios de alto padrão
Crescimento econômico infla preço de locação, e demanda alta empurra
escritórios para bairros
longe das áreas nobres
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO
A perspectiva de crescimento da economia brasileira dá impulso à demanda por
escritórios nas principais capitais do país. E joga para cima os preços de locação.
Em polos onde terrenos
com boa metragem e localização são cada vez mais raros -como as regiões nobres
de São Paulo e do Rio de Janeiro-, os valores disparam.
Quadro mostra algumas das
áreas mais cobiçadas para a
construção de empreendimentos comerciais no principal eixo paulistano de escritórios.
A Folha apurou que esses
terrenos estão entre os últimos na região com tamanho
para abrigar empreendimentos corporativos de altíssimo
padrão ("triple A").
A maioria são áreas já adquiridas por construtoras e
com projetos em andamento.
Outras -como a do Playcenter- seguem na mira das
empresas, mas ainda sem
comprador definido.
Recentemente, foi a Cyrela
a apontada como a mais próxima de levar os 100 mil metros quadrados hoje alugados ao parque. Estimativas
de imobiliárias apontam que
a locação do metro quadrado
nas imediações gira em torno
de R$ 65 por mês.
VENDER OU ALUGAR?
"Com o aumento do aluguel, começa a valer a pena
para o proprietário vender a
área para a construção de algum empreendimento", diz
Roberto Perroni, presidente
da Cyrela Commercial Properties (CCP).
O executivo ressalta que
não considera adquirir o terreno neste momento. Mas faz
a ressalva: "Futuramente,
quem sabe".
No mercado de construções comerciais, na maioria
dos casos, as incorporadoras
vendem os prédios depois de
prontos. Mas também é possível que as próprias empresas responsáveis pelas obras
aluguem os edifícios.
Em maio de 2010, a Brookfield vendeu sua participação (de cerca de 34 mil metros quadrados de área privativa) no empreendimento comercial da avenida Faria Lima com a rua Horácio Lafer
para o Grupo Victor Malzoni
por R$ 600,6 milhões.
"Muitos duvidavam que
fosse possível negociar o metro quadrado acima dos R$ 17
mil e nós vendemos por
R$ 17,6 mil", diz José de Albuquerque, diretor de incorporação da empresa.
SOBRE O CENTER 3
Também em maio deste
ano, a W Torre adicionou ao
portfólio o antigo prédio da
Cesp (Companhia Energética
de São Paulo), localizado sobre o Shopping Center 3, na
avenida Paulista. Em leilão, a
empresa arrematou o prédio,
danificado por um incêndio
nos anos 1980.
"A obra necessária levará
oito meses no máximo", diz
Bruno Queiroz, diretor de relações com investidores do
Grupo W Torre.
O executivo destaca que o
tamanho do terreno (21 mil
metros quadrados) faz dele
uma raridade na região.
"Proposta para vender a
gente nem ouve. Interessados em alugar já temos cinco
ou seis", completa.
ALTERNATIVAS
Considerando a grande
ocupação das áreas mais nobres da capital paulista, a
Herzog Imóveis Industriais e
Comerciais destaca que, cada vez mais, as incorporadoras vão ter de procurar regiões alternativas para novos
projetos.
"Acredito que a expansão
empresarial siga em dois eixos: sentido zona sul da capital (Interlagos) e zona oeste
(Vila Leopoldina)", afirma
Simone Santos, diretora de
serviços corporativos da imobiliária.
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