São Paulo, terça-feira, 03 de agosto de 2010

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SP sofre "apagão" de terrenos comerciais

Folha mapeia os dez locais mais cobiçados ainda disponíveis na região nobre da capital para prédios de alto padrão

Crescimento econômico infla preço de locação, e demanda alta empurra escritórios para bairros longe das áreas nobres

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

A perspectiva de crescimento da economia brasileira dá impulso à demanda por escritórios nas principais capitais do país. E joga para cima os preços de locação.
Em polos onde terrenos com boa metragem e localização são cada vez mais raros -como as regiões nobres de São Paulo e do Rio de Janeiro-, os valores disparam.
Quadro mostra algumas das áreas mais cobiçadas para a construção de empreendimentos comerciais no principal eixo paulistano de escritórios.
A Folha apurou que esses terrenos estão entre os últimos na região com tamanho para abrigar empreendimentos corporativos de altíssimo padrão ("triple A").
A maioria são áreas já adquiridas por construtoras e com projetos em andamento.
Outras -como a do Playcenter- seguem na mira das empresas, mas ainda sem comprador definido.
Recentemente, foi a Cyrela a apontada como a mais próxima de levar os 100 mil metros quadrados hoje alugados ao parque. Estimativas de imobiliárias apontam que a locação do metro quadrado nas imediações gira em torno de R$ 65 por mês.

VENDER OU ALUGAR?
"Com o aumento do aluguel, começa a valer a pena para o proprietário vender a área para a construção de algum empreendimento", diz Roberto Perroni, presidente da Cyrela Commercial Properties (CCP).
O executivo ressalta que não considera adquirir o terreno neste momento. Mas faz a ressalva: "Futuramente, quem sabe".
No mercado de construções comerciais, na maioria dos casos, as incorporadoras vendem os prédios depois de prontos. Mas também é possível que as próprias empresas responsáveis pelas obras aluguem os edifícios.
Em maio de 2010, a Brookfield vendeu sua participação (de cerca de 34 mil metros quadrados de área privativa) no empreendimento comercial da avenida Faria Lima com a rua Horácio Lafer para o Grupo Victor Malzoni por R$ 600,6 milhões.
"Muitos duvidavam que fosse possível negociar o metro quadrado acima dos R$ 17 mil e nós vendemos por R$ 17,6 mil", diz José de Albuquerque, diretor de incorporação da empresa.

SOBRE O CENTER 3
Também em maio deste ano, a W Torre adicionou ao portfólio o antigo prédio da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), localizado sobre o Shopping Center 3, na avenida Paulista. Em leilão, a empresa arrematou o prédio, danificado por um incêndio nos anos 1980.
"A obra necessária levará oito meses no máximo", diz Bruno Queiroz, diretor de relações com investidores do Grupo W Torre.
O executivo destaca que o tamanho do terreno (21 mil metros quadrados) faz dele uma raridade na região.
"Proposta para vender a gente nem ouve. Interessados em alugar já temos cinco ou seis", completa.

ALTERNATIVAS
Considerando a grande ocupação das áreas mais nobres da capital paulista, a Herzog Imóveis Industriais e Comerciais destaca que, cada vez mais, as incorporadoras vão ter de procurar regiões alternativas para novos projetos.
"Acredito que a expansão empresarial siga em dois eixos: sentido zona sul da capital (Interlagos) e zona oeste (Vila Leopoldina)", afirma Simone Santos, diretora de serviços corporativos da imobiliária.


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