São Paulo, quarta-feira, 03 de agosto de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Custo de produção da soja sobe, mas é favorável

Produzir soja deverá ser um bom negócio na próxima safra. Pelo menos é o que indica o confronto entre custos, produtividade e preços. Mas esse cenário já foi melhor para os produtores. Os custos subiram, e os preços, embora ainda elevados, recuaram.
Os produtores de Mato Grosso vão gastar 22 sacas de soja para cobrir os custos com insumos -semente, defensivo e fertilizante- na safra 2011/12. O custo é 22% superior ao de março, quando a previsão era de 18 sacas.
Mesmo com a alta, os produtores ainda têm o que comemorar. Essa relação de troca de sacas por insumos é a menor registrada pelo Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), nos meses de julho, desde 2007, quando começou a série.
Os dados se referem a julho e um dos itens que alteraram essa relação de custos foram os fertilizantes, segundo Otávio Celidonio, superintendente do Instituto.
Apenas no mês passado, os fertilizantes ficaram 7,6% mais caros do que em junho. No acumulado de 12 meses, a elevação é de 60%.
Os dados de Sorriso, no médio norte de Mato Grosso, indicam que os produtores vão gastar R$ 848 por hectare com insumos -os fertilizantes representam 59% desse custo, os defensivos, 26%, e as sementes, 15%.
O custo total sobe para R$ 1.652/hectare na safra 2011/12 em Sorriso -aumento de 17% em relação aos gastos estimados em julho de 2010.
O Imea prevê que os custos de operações agrícolas (aplicações, colheita etc.) fiquem estáveis, em R$ 168/hectare, mas o total dos custos operacionais sobe para R$ 1.016 -mais 15% sobre 2010.
Os dados são preliminares, e os produtores que não garantiram os insumos podem ter custos maiores, já que a tendência é de alta. O contrato de soja de maio de 2012 está cotado a US$ 13,80 por bushel em Chicago.

Insatisfação Há uma insatisfação nos laboratórios federais de controle de resíduos. A pressão sobre os técnicos é grande, e a melhora nas análises depende de novos equipamentos, segundo fonte do setor.

Projeto O Ministério da Agricultura informa que está sendo elaborado o projeto para a compra de equipamentos. Isso vai agilizar as aquisições quando o dinheiro, que depende dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, chegar à Agricultura.

Menos trigo A área de trigo da Argentina deverá ficar 7% inferior à projetada inicialmente. A Bolsa de Cereais reavaliou o plantio em 4,6 milhões de hectares, ante 4,7 milhões anteriormente. Pelo menos 93% da área já foi semeada.

Volatilidade O açúcar caiu 2,8% ontem em Nova York. Avaliação do mercado, de que a oferta possa ser melhor, fez o primeiro contrato recuar para 28,16 centavos de dólar por libra-peso.

Leite Produção local insuficiente para atender a demanda e real sobrevalorizado fazem com que a indústria de leite brasileira caminhe para o terceiro ano de deficit na balança comercial.

Produção "O setor está importando porque o mercado é maior do que a capacidade de produzir. É para suprir o deficit de produção interna", disse Maurício Palma Nogueira, da consultoria Bigma, à Reuters.

DE OLHO NO PREÇO

Cotações

Mercado interno
Algodão

(R$ por arroba) 19,05
Arroz
(R$ por saca) 22,65

Londres
Brent

(US$ por barril) 116,46
Cobre
(US$ por t) 9.630

Com KARLA DOMINGUES


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