São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2010

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Brasileiros da InBev compram Burger King

Negócio de US$ 4 bi envolve principais acionistas da InBev e Lojas Americanas; desempenho recente é pior que o do McDonald's

Brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira são maiores investidores do fundo americano 3G

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

A rede de fast-food Burger King, a segunda maior dos EUA, anunciou ontem acordo de US$ 4 bilhões (R$ 7 bilhões) que deve transferir o controle da marca ao fundo 3G Capital, cujos principais investidores são brasileiros.
Segundo o contrato, a 3G pagará US$ 24 (R$ 42) por ação da rede, uma valorização de 46% em relação a seu preço antes de o acordo ser divulgado. Ontem, as ações do Burger King tiveram o maior ganho desde maio de 2006, com alta de 25%.
O valor total da compra inclui as dívidas da cadeia, que foi vendida diversas vezes nos últimos anos e vem tendo um desempenho pior do que o do seu principal rival, o McDonald's, desde o início da crise econômica nos EUA.
Em comunicado divulgado ontem, Burger King e 3G Capital afirmam que "a transação deve ser fechada no último trimestre deste ano".
O fundo multibilionário é sediado em Nova York, mas, entre seus principais investidores, estão os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, também acionistas da Anheuser-Busch InBev e das Lojas Americanas.

BRASILEIROS
Após a transição, o brasileiro Alex Behring, da 3G, dividirá a presidência do conselho da companhia com o atual presidente do Burger King, John Chidsey.
Behring, em comunicado, afirmou que a 3G "tem grande respeito pela marca Burger King e pelo negócio que administradores, empregados e franquias construíram". Outro brasileiro, Bernardo Hee, também deve ser nomeado.
"A marca icônica, sua sólida rede de franqueados e suas ótimas ofertas de produtos se ajustam perfeitamente à 3G Capital, que tem um forte histórico de investimentos de longo prazo em marcas globais e companhias de varejo", escreveu o brasileiro.
O "New York Times" noticiou o acordo como "marca da contínua ascendência do Brasil como um grande jogador".
Segundo o jornal, a 3G vê o Burger King como uma ""oportunidade de virada" que aproveitará a experiência operacional adquirida em seus investimentos prévios.
Dentre os planos para a rede, está o crescimento internacional da marca, que possui 93 restaurantes no Brasil e pretende abrir 500 franquias na América Latina nos próximos cinco anos.
Hoje, o Burger King possui mais de 12 mil restaurantes no mundo e está presente em mais de 75 países.


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