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Brasileiros da InBev compram Burger King
Negócio de US$ 4 bi envolve principais acionistas da InBev e Lojas Americanas; desempenho recente é pior que o do McDonald's
Brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira são maiores investidores do fundo americano 3G
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
A rede de fast-food Burger
King, a segunda maior dos
EUA, anunciou ontem acordo de US$ 4 bilhões (R$ 7 bilhões) que deve transferir o
controle da marca ao fundo
3G Capital, cujos principais
investidores são brasileiros.
Segundo o contrato, a 3G
pagará US$ 24 (R$ 42) por
ação da rede, uma valorização de 46% em relação a seu
preço antes de o acordo ser
divulgado. Ontem, as ações
do Burger King tiveram o
maior ganho desde maio de
2006, com alta de 25%.
O valor total da compra inclui as dívidas da cadeia, que
foi vendida diversas vezes
nos últimos anos e vem tendo um desempenho pior do
que o do seu principal rival, o
McDonald's, desde o início
da crise econômica nos EUA.
Em comunicado divulgado ontem, Burger King e 3G
Capital afirmam que "a transação deve ser fechada no último trimestre deste ano".
O fundo multibilionário é
sediado em Nova York, mas,
entre seus principais investidores, estão os brasileiros
Jorge Paulo Lemann, Marcel
Telles e Carlos Alberto Sicupira, também acionistas da
Anheuser-Busch InBev e das
Lojas Americanas.
BRASILEIROS
Após a transição, o brasileiro Alex Behring, da 3G, dividirá a presidência do conselho da companhia com o atual presidente do Burger
King, John Chidsey.
Behring, em comunicado,
afirmou que a 3G "tem grande respeito pela marca Burger King e pelo negócio que
administradores, empregados e franquias construíram". Outro brasileiro, Bernardo Hee, também deve ser
nomeado.
"A marca icônica, sua sólida rede de franqueados e
suas ótimas ofertas de produtos se ajustam perfeitamente
à 3G Capital, que tem um forte histórico de investimentos
de longo prazo em marcas
globais e companhias de varejo", escreveu o brasileiro.
O "New York Times" noticiou o acordo como "marca
da contínua ascendência do
Brasil como um grande jogador".
Segundo o jornal, a 3G vê o
Burger King como uma
""oportunidade de virada"
que aproveitará a experiência operacional adquirida em
seus investimentos prévios.
Dentre os planos para a rede, está o crescimento internacional da marca, que possui 93 restaurantes no Brasil
e pretende abrir 500 franquias na América Latina nos
próximos cinco anos.
Hoje, o Burger King possui
mais de 12 mil restaurantes
no mundo e está presente em
mais de 75 países.
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