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Governo pode ficar com 50% da Petrobras
Com capitalização, a União pretende voltar ao nível de participação que tinha até 2000, quando vendeu ações
Participação da União
na estatal subiria de
39,8% para mais de
50% após processo de
capitalização encerrado
LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
A União pode elevar sua
participação na Petrobras de
39,8% para mais de 50%
após a capitalização, como
ocorria até agosto de 2000,
quando o governo FHC vendeu as ações excedentes ao
controle da estatal.
As projeções do mercado
consideram também as participações de BNDES, Caixa e
do Fundo Soberano, e estimam diferentes cenários de
demanda de minoritários.
Hoje, a União detém diretamente 29,6% do capital da
Petrobras, mas, indiretamente, esse percentual já sobe
para 39,8%-7,7% são da
BNDESPar, e outros 2,5% são
da Caixa e do BNDES.
Nas projeções do economista Ricardo Almeida, professor do Insper, se a União
comprar todas as ações ON
(com voto) a que tem direito e
mais parte das sobras das PN
(sem voto) dos minoritários,
chegará a 49,1% do capital
da Petrobras. Almeida considerou a demanda pela Petrobras de US$ 22 bilhões, mesmo volume do IPO (abertura
de capital) do chinês Agricultural Bank, em julho.
Na avaliação do suíço
UBS, os investidores privados devem aportar não mais
do que US$ 12 bilhões, dado o
preço fixado do petróleo, que
decepcionou os analistas.
A possibilidade de utilizar
instituições federais na capitalização foi aberta com a
edição da medida provisória
nesta semana, que deu margem para que o governo fixasse o preço do barril em
US$ 8,51, acima dos US$ 6
defendidos pelo mercado.
Para o diretor do Centro
Brasileiro de Infraestrutura,
Adriano Pires, com a medida
provisória o governo resolveu sua "incompatibilidade"
entre capitalizar a Petrobras
e aumentar a fatia da União.
Isso porque, com a MP, a
União conseguirá subir sua
participação acionária na Petrobras sem afetar o superavit primário, já que parte da
compra das ações será feita
por autarquias e estatais.
Para ele, com essas condições a fatia do governo irá superar os 50%, podendo ser
maior caso o valor da ação
suba até a data da oferta.
Na opinião de Pires, se a
ação estiver valendo R$ 28
(atual faixa de cotação), a
participação do governo oscilará entre 50% e 53%. Caso
chegue a R$ 30, a fatia da
União poderá salta para 55%.
Mas, se as ações da Petrobras subirem ainda mais nos
próximos dias, ficando em
torno de R$ 32, Pires prevê
que o governo federal possa
ter até 60% da Petrobras.
Quanto maior o valor das
ações, mais dinheiro os minoritários precisam por para
manter sua participação.
O presidente da Petrobras,
José Sergio Gabrielli, afirmou
que o contrato de cessão onerosa com a União poderá ser
revisto em quatro anos e que
os preços do petróleo podem
mudar em dois.
Gabrielli afirmou ainda a
analistas que a produção no
campo de Franco, o principal
para a cessão onerosa, começará em 2015.
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