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Fabricante do Botox recebe multa de US$ 600 milhões
Allergan é acusada de promover, sem ter autorização, uso do produto em tratamentos
GRAZIELLE SCHNEIDER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A farmacêutica americana
Allergan, fabricante do Botox, concordou em pagar
US$ 600 milhões (mais de R$
1 bilhão) para encerrar processos na Justiça dos Estados
Unidos.
A empresa é acusada de
promover, entre 2000 e 2005,
o uso do Botox no tratamento
de doenças para as quais não
estava autorizada pelo FDA
(órgão americano que fiscaliza e autoriza o comércio de
alimentos e medicamentos,
similar à Anvisa), como dores de cabeça, espasmos e
paralisia cerebral.
"[O acordo] resolve todas
as questões da investigação e
evita custos derivados de litígios", disse Douglas Ingram,
vice-presidente da Allergan.
Para obter a aprovação de
um produto biológico nos Estados Unidos, a empresa deve especificar ao FDA o uso
terapêutico previsto. Depois
que o órgão considerá-lo seguro e eficiente para aquele
caso, a promoção pelo fabricante de outros usos, chamados de "off-label" (fora do
previsto na bula), é proibida.
"A FDA havia aprovado
usos terapêuticos do Botox
para apenas cinco doenças
raras, mesmo assim, a Allergan priorizou a alta de vendas do produto para usos
"off-label", mais lucrativos",
afirmou Sally Yates, procuradora americana do distrito do
norte do Estado da Geórgia.
A resolução, ainda sujeita
à aprovação da corte federal
do distrito, inclui multa criminal de US$ 375 milhões e
um acordo civil de US$ 225
milhões com o governo federal e os Estados.
"OFF-LABEL"
A gigante farmacêutica
Pfizer recebeu, em setembro
do ano passado, a maior multa já aplicada pelo Departamento de Justiça americano
ao setor da saúde.
A empresa fechou acordo
para pagar US$ 2,3 bilhões
(R$ 4 bilhões) e concluir os
processos em que era acusada de fazer promoção ilegal
de 13 medicamentos.
A segunda maior multa foi
aplicada em janeiro de 2009
à outra gigante farmacêutica
americana, a Eli Lilly, no valor de US$ 1,415 bilhão
(R$ 2,4 bilhões). A empresa
foi acusada de promover,
sem aprovação do FDA, o
medicamento Zyprexa para o
tratamento de demência senil, como a de Alzheimer.
Outro exemplo, ocorrido
em abril, é o de duas subsidiárias americanas da Johnson & Johnson. Elas aceitaram pagar US$ 81 milhões
(R$ 141,2 milhões) para encerrar as acusações de uso
"off-label" do Topamax -um
antiepiléptico que foi propagandeado também para outros usos psiquiátricos.
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