São Paulo, sábado, 03 de setembro de 2011

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Educação básica atrai grupos de mídia

Apostilas, livros didáticos, ensino técnico e de línguas são mercados disputados por grupos como Abril e Pearson

Ascensão de classe C e ensino público ruim estimulam demanda; grupo espanhol Prisa faz livros didáticos

NELSON DE SÁ

ARTICULISTA DA FOLHA

A educação básica (ensino fundamental e médio) passa por forte movimento de consolidação no Brasil, com a entrada ou a expansão de grupos privados nacionais e estrangeiros, parte deles originalmente de mídia.
Sistemas de ensino (material para escolas privadas e públicas), colégios (redes privadas), livros didáticos, ensino técnico e de línguas são as frentes em disputa.
A Abril Educação, que comprou ao longo do último ano o Anglo em São Paulo e a rede pH no Rio, entre outros investimentos, realizou abertura de capital e levantou R$ 371 milhões.
Desse total arrecadado, R$ 200 milhões serão destinados a novas aquisições.
O grupo britânico Pearson, que chegou a disputar o Anglo e comprou os sistemas de ensino de COC, Dom Bosco e Pueri Domus, voltados a escolas privadas, e Name, para públicas, anunciou o Brasil como prioridade, ao divulgar resultados do primeiro semestre, em Londres.
"A Pearson está procurando mais alvos para aquisição. Esses dois grupos estão fortemente posicionados, mas há mais grupos que vêm para competir com eles", afirma Ryon Braga, da consultoria Hoper. Ele estima investimentos de R$ 4,5 bilhões no setor por estrangeiros.
"Você tem uma demanda muito grande, os fundos de investimento também olham para educação básica", diz Sérgio Duque Estrada, da consultoria Valormax.
Em sistemas de ensino, além de Pearson e Abril, outros grandes competidores são Objetivo e Positivo.
Em colégios, o SEB (Sistema Educacional Brasileiro), de Ribeirão Preto, manteve as redes COC, Dom Bosco e Pueri Domus e é considerado o maior consolidador no setor de escolas privadas, mais até do que a Abril.
Em livros didáticos, além de Abril, com as editoras Ática e Scipione, e de Pearson, com presença menor, os atores são os nacionais FTD e Saraiva, além do espanhol Santillana/Moderna, do grupo Prisa.

OUTROS GRUPOS
Entre outros grupos estrangeiros buscando oportunidades estão o britânico Cognita, maior rede de colégios do Reino Unido, e o americano HMH (Houghton Mifflin Harcourt), que chegou a propor negócio à Abril.
Os motivos citados para a corrida à educação básica no Brasil são, entre outros, a previsão de crescimento do país e a perspectiva de maior investimento federal em livros didáticos, incluindo a compra voltada ao ensino médio.
"Outro, mais incerto, mas que todos esperam, é que o governo aceite também abrir para pagar o sistema de ensino para escolas públicas", afirma Braga.


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