São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2010

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Renault quer ganhar participação no Brasil

Montadora aposta em novos modelos e espera, em 3 anos, quase dobrar sua fatia no mercado brasileiro, para 10%

Companhia investirá R$ 1 bilhão no país durante os próximos três anos; previsão é de 2.000 novos empregos

Miguel Medina - 1º.out.10/France Presse
Carro elétrico da Renault é apresentado no Salão do Automóvel de Paris; montadora francesa pretende aumentar sua presença no mercado brasileiro

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Quando o presidente mundial da aliança Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, esteve no Brasil, em abril, disse que não aceitava o fato de a Renault ser a quinta maior montadora do país.
Parece que o recado surtiu efeito. Em agosto, a Renault havia crescido 61%, em relação ao mesmo mês de 2009.
No acumulado deste ano, a alta foi de 31%, ante 8,4% na média do mercado.
Agora, a Renault anuncia novos modelos para tentar aumentar sua participação de 5,6% para 10% nos próximos três anos -somando as vendas da Nissan no país, que devem ficar em 2%.
Segundo o presidente da Renault do Brasil, Jean-Michel Jalinier, o jipinho Duster será feito em São José dos Pinhais (PR) e lançado no primeiro semestre do ano que vem. Já o sedã Fluence, que aposentará o Mégane, será feito na Argentina e chegará ao Brasil em um ano.
Haverá ainda uma nova picape leve."Só com uma picape, vamos aumentar a participação de mercado", afirma o executivo.
Esses três novos produtos fazem parte do investimento de R$ 1 bilhão para os próximos três anos.
É pouco, se comparado às líderes do mercado Fiat, Volkswagen, Chevrolet e Ford. Somadas, elas vão investir quase R$ 20 bilhões até 2015 no Brasil.
De acordo com a Anfavea (associação das montadoras), a previsão é que a venda de carros e comerciais leves suba de 3,4 milhões neste ano para 5 milhões em 2015.
Para a Renault, isso não deve ser um problema. Hoje, a fábrica do Paraná trabalha com cerca de 60% de ociosidade, enquanto as fábricas da GM, em Gravataí (RS), da Fiat, em Betim (MG), e da Ford, em Camaçari (BA), operam quase no limite da capacidade produtiva.
Jalinier disse ainda que aumentar a produção de 150 mil para 500 mil carros por ano nas fábricas do grupo no Mercosul vai gerar 2.000 empregos diretos -subiria de 5.000 para 7.000.
A Renault, porém, terá muitos desafios pela frente.
No Brasil, seus carros têm fama de ter manutenção cara e baixo valor de revenda. Isso para quem conhece a marca.
"Em pesquisas, constatamos que só 50% das pessoas conhecem a Renault no Brasil", afirma Jalinier.


O jornalista FABIANO SEVERO viajou a convite da Anfavea.



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