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Portugueses terão 12% do controle da Oi
Modelagem à qual a Folha teve acesso prevê que Portugal Telecom pagará R$ 1,1 bi por ações do bloco de comando
Expectativa era que participação chegaria a
só 10%; sócios privados
se mantêm no comando
da administração da tele
LEONARDO SOUZA
DE BRASÍLIA
O BNDES fechou a modelagem do ingresso da Portugal Telecom no bloco de controle da Oi. Pelos termos do
acordo, aos quais a Folha teve acesso, o banco e os fundos de pensão ligados a estatais vendem aos portugueses, por R$ 1,1 bilhão, 12% do
conjunto de ações que garante o comando da tele.
Pelos dados divulgados
anteriormente, a PT compraria 10% do capital votante da
Telemar Participações, holding que controla as empresas do grupo Oi.
No formato final do negócio, os portugueses levam
um pouco mais das ações da
holding e adquirem a participação do BNDES e dos fundos de pensão na Contax
(empresa de teleatendimento da Oi), por R$ 500 milhões.
O anúncio oficial da transação, segundo a Folha apurou, será feito nos próximos
15 dias. Os advogados das
partes já começaram a assinar a papelada do acordo.
Ao todo, como já havia sido divulgado em julho, a PT
vai desembolsar na operação
R$ 8,4 bilhões, o que inclui
35% do capital das empresas
Andrade Gutierrez Participações e LF Tel (grupo Jereissati), que têm a gestão da Oi.
Esse desenho não será alterado, ou seja, os dois sócios
privados continuam a mandar na administração da tele
-ao lado do fundo de pensão
Atlântico, dos funcionários
da Oi, detêm 50,1% das ações
do bloco de controle. Assim,
os portugueses serão minoritários.
Somadas as participações
diretas e indiretas, a PT terá
peso econômico de 22,4% na
Oi. Terá direito a ocupar um
assento no Conselho de Administração da holding e deve indicar o diretor de tecnologia da companhia.
Apesar de a participação
do BNDES e de Previ (dos
funcionários do BB), Petros
(Petrobras) e Funcef (Caixa)
ter diminuído (veja quadro
ao lado), o banco e os fundos
de pensão vinculados a estatais não perderão poder político na gestão da empresa.
No novo desenho do acordo,
manterão assentos no Conselho de Administração.
ENDIVIDAMENTO
Boa parte dos recursos que
os portugueses injetarão na
Oi servirá para abater o alto
endividamento da companhia. Entre 2008 e 2009, o
BNDES liberou quase R$ 7 bilhões para a Oi comprar a
Brasil Telecom. A companhia
também obteve empréstimo
bilionário no período no BB.
De acordo com os sócios
da tele, o endividamento voltará para níveis anteriores à
aquisição da BrT.
Ficou acertado também
que os atuais sócios não farão, ao menos nesse primeiro
momento, novos aportes de
capital na Oi, como chegou a
ser aventado em julho, na divulgação inicial do acordo
com os portugueses.
Após o ingresso da PT, a
empresa fará oferta pública
de ações para levantar recursos no mercado.
Em contrapartida à transação no Brasil, a Oi comprará
10% da PT.
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