São Paulo, quinta-feira, 03 de novembro de 2011

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Novos usos reforçam aluguel de contêiner

De enfermarias no Rock in Rio a sedes das 'unidades pacificadoras' usam estruturas, também transformadas em casas

Impulso vem de obras de infraestrutura e eventos; como são temporários, locação faz mais sucesso

Fotos Juca Varella/Folhapress
Casa na Granja Viana, em São Paulo, feita com quatro contêineres marítimos usados

PEDRO SOARES
DO RIO

Numa solução inédita no país, o arquiteto Danilo Corbas reaproveitou, como base para a construção da casa onde vive, na Granja Viana, na Grande São Paulo, quatro contêineres marítimos usados, com 30 metros quadrados cada um. Instalou telhas especiais, isolamento térmico, revestimento interno e outras facilidades que permitiram maior conforto e a dispensa de ar condicionado.
O arquiteto constrói outras três casas similares para clientes particulares. Negocia ainda com um investidor a produção e a venda de módulos pré-fabricados em escala comercial de casas-contêineres.
Ele diz que, além de ter custo mais baixo, a escolha do material como "casca" das casas resulta em menor retirada de entulho e em economia nas fundações -que têm de sustentar menos peso.
A iniciativa ilustra o crescente uso de contêineres como instalações habitáveis. Nos últimos anos, eles passaram a ser utilizados em eventos (banheiros, lojas etc.), canteiros de obras (alojamentos, escritórios), escolas, unidades de saúde, entre outros. Em alguns casos, as instalações provisórias dos serviços públicos acabam por se tornar definitivas. Todas as sedes das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) das favelas do Rio foram feitas em contêineres. O mesmo ocorreu com as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do Ministério da Saúde.
Por serem utilizados principalmente de modo temporário, os contêineres são alugados pelas empresas do setor -que, em muitos casos, fabricam o produto especialmente para o uso humano, com material mais leve.
A RMC é uma das líderes do setor. Everson Apecuitá, diretor da empresa, diz que as locações crescem, em média, 30% ao ano. Para 2011, ele prevê um aumento ainda maior, de até 60%.

GRANDES OBRAS
O grande impulso, diz, vem da retomada das grandes obras da indústria e de infraestrutura, como refinarias e hidrelétricas, e da construção civil. Mas o uso em eventos, diz, também é crescente.
A empresa montou todas as lojas, bares, banheiros, áreas vip, escritórios e enfermarias do Rock in Rio em 700 contêineres. Gastou menos de um mês no serviço.
A Santos Container, que reutiliza contêineres marítimos, viu os negócios de aluguel de módulos habitáveis crescerem 80% em cinco anos. "O mercado brasileiro tem absorvido essa ideia da praticidade na locação de contêineres", diz Adilsom Bertolo, diretor da empresa, cujos principais clientes são da área de construção.
Já a Eurobras, que só faz módulos novos e exclusivos para abrigar pessoas, diz que o mercado está bastante aquecido -96% dos 9.000 contêineres estão alugados.


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