São Paulo, quarta-feira, 04 de maio de 2011

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Vazamento pode custar US$ 2 bi à Sony

Dados pessoais de mais de 100 milhões de usuários de PlayStation 3 e do jogo EverQuest são roubados por hackers

Games estão fora do ar, e proteção será revista; sem serviço premium de venda on-line, Brasil fica livre do ataque

CAMILA FUSCO
NATÁLIA PAIVA
DE SÃO PAULO

O roubo de informações pessoais de cerca de 100 milhões de usuários do PlayStation 3 e do jogo on-line EverQuest poderá causar à Sony o maior prejuízo da história entre empresas que passaram por episódios de vazamento de dados de clientes.
Segundo estimativas da consultoria americana Ponemon Institute, especializada em segurança da informação entre empresas, as perdas são estimadas entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.
Até hoje os incidentes mais caros de roubo de dados envolveram 130 milhões de números de cartão de crédito roubados do sistema bancário Heartland Payment System, em 2008, e mais de 100 milhões de contas do varejista americano TJX, entre 2005 e 2006.
Nos dois casos, as perdas máximas atingidas foram de US$ 250 milhões.
"O custo da Sony é colossal porque vai da investigação sobre o roubo de dados à modificação dos sistemas de tecnologia necessária a partir de agora, além dos prejuízos à imagem da companhia que lida diretamente com consumo de massa em todo o mundo", afirmou Larry Ponemon, fundador do instituto.
Em 26 de abril a companhia havia informado que dados de 77 milhões de usuários da PlayStation Network, rede de jogos on-line, haviam sido roubados.
Nesta semana, admitiu que outros 25 milhões de vítimas podem estar na lista, que envolve também o sistema Sony Online Entertainment, que tem o jogo EverQuest. Entre as informações extraviadas estão nome, endereço e e-mail das vítimas.
"As pessoas que estavam pensando em comprar um PlayStation 3 provavelmente poderão comprar um aparelho do concorrente em virtude do vazamento dos dados."

NO BRASIL
No Brasil, o usuário não tem o serviço premium, de venda on-line de jogos e aplicativos, o que impede o vazamento de dados de cartão de crédito ou débito.
"Os dados que coloquei não me comprometem. Estou só esperando voltar para continuar jogando", diz Gyanni Segundo, 22, que trabalha em empresa de games.
Como forma de compensação ao consumidor, a Sony vai dar 30 dias de adesão gratuita ao serviço premium para todos os clientes da PSN -inclusive para usuários de fora da rede premium, como os brasileiros.
O aspecto mais difícil de a companhia reverter é a reputação. Segundo Ponemon, a Sony poderá até dar certificados para atrair a demanda, mas terá um longo caminho.
Segundo a assessoria da empresa no Brasil, uma rede PSN premium brasileira deverá ser criada "em breve".


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