São Paulo, quarta-feira, 04 de maio de 2011

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Itaú prevê alta na inadimplência em 2011

Leve aumento para a taxa de operações em atraso seria o primeiro desde setembro de 2009; banco lucra R$ 3,5 bi

Ações dos bancos puxaram a Bovespa para baixo no pregão de ontem, que fechou em queda de 1,75%

GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO

O aumento da inflação -e a consequente alta dos juros promovida pelo Banco Central neste ano- deve elevar a inadimplência das operações de crédito do Itaú Unibanco pela primeira vez desde setembro de 2009.
A taxa (que contabiliza atrasos com mais de 90 dias) fechou o primeiro trimestre em 4,2% e pode chegar a 4,5%, segundo o diretor de Relações com Investidores, Rogério Calderon.
"Nós tivemos o atual índice de inadimplência mantido por três trimestres em sequência. No entanto, já se verifica um aumento vindo nos períodos futuros", afirmou.
A tendência foi identificada pela alta de atrasos entre 31 e 90 dias, de 2,3% no quarto trimestre para 2,9% nos primeiros três meses do ano.
Assim, para se antecipar ao aumento da inadimplência, o banco elevou o saldo de suas provisões para perdas em R$ 221 milhões, para R$ 22,239 bilhões.
A expansão dessas despesas foi o contraponto negativo do balanço e fez com que a rentabilidade sobre o patrimônio líquido caísse para 22,7%, ante 25% no primeiro trimestre de 2010.
Apesar disso, o lucro líquido do Itaú cresceu 9,2% em 12 meses, para R$ 3,53 bilhões. O resultado foi puxado pelo forte crescimento da carteira de crédito, de 21,3%, para R$ 303,656 bilhões -sem avais e fianças.
Para o ano, o Itaú manteve a previsão de aumento da carteira, entre 16% e 20%. O BC prevê elevação de 15% no sistema financeiro nacional.

AÇÕES
O lucro robusto do Itaú não evitou que os papéis do banco, e dos seus rivais no mercado, caíssem no pregão de ontem da Bovespa, que fechou em queda de 1,75% e bateu o segundo ponto mais baixo deste ano.
A ação preferencial caiu 3,55%; enquanto a ação do Bradesco recuou 3%, e a ordinária do Banco do Brasil, outros 2,80%. O Santander, por sua vez, viu seu ativo na Bolsa cair 2,34%.
Analistas dizem que os papéis sofrem com o temor dos investidores pela inflação alta e a perspectiva de adoção de novas medidas contra o crédito pelo governo federal.

Colaborou EPAMINONDAS NETO, de São Paulo


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