São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2010

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FOCO

Programa treina profissionais para o carnaval

Milhares de pessoas serão capacitadas em bordado, decoração e percussão no RJ

Luciana Whitaker/Folhapress
Assumpção Gomes e Ana Cláudia Trindade posam com adereços que aprenderam a fazer em cursos de profissionalização

GRAZIELLE SCHNEIDER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Até o final deste ano, 5.000 pessoas serão treinadas no Estado do Rio de Janeiro para trabalhar na cadeia produtiva do carnaval.
O programa de qualificação, iniciado em março, é desenvolvido pela Amebras (Associação das Mulheres Empreendedoras do Brasil), em parceria com uma associação de artesãos e produtores do Rio, a AART.
O objetivo do projeto, que integra o PlanSeQ (Plano Setorial de Qualificação), do Ministério do Trabalho, é inserir essas pessoas no mercado de trabalho. Elas são treinadas em técnicas artesanais, como bordado, decoração de alegorias e percussão.
Para Célia Domingues, presidente da Amebras e coordenadora do PlanSeQ no Estado, o profissional não ficará "engessado" somente para trabalhar nas atividades relacionadas ao carnaval. Mas ela destaca que esse mercado está com necessidade "enorme" de mão de obra.
Ana Cláudia Trindade, 21, é um exemplo de profissional que não focará apenas o evento. Ela pretende usar o que está aprendendo no curso de costura para fazer uma renda extra, além do que ganha como secretária, confeccionando e vendendo produtos, como camisetas e bolsas.

CONTRATAÇÃO
Ao final do programa, composto por 200 horas-aula, o aluno recebe um certificado emitido pelas duas associações e pelo Ministério do Trabalho e passa a fazer parte do banco de oportunidades da Amebras, que faz a ponte com os empregadores.
Assumpção Gomes, 57, já cursou várias oficinas da associação -antes mesmo da parceria com o governo. A opção por trabalhar no segmento, segundo ela, foi uma alternativa à falta de emprego. "Depois de certa idade, não tem mais emprego", diz.
Como resultado dos cursos, foi chamada, em 2007, para trabalhar na confecção de fantasias para a abertura dos Jogos Pan-Americanos, no Rio. Atualmente, faz adereços para os carros da escola Imperatriz Leopoldinense.
Desde o começo do ano, 4.200 alunos já fizeram as oficinas, entre os que terminaram e os que ainda estão em sala de aula. As 800 vagas restantes devem ser preenchidas em outubro, segundo Domingues. Dos profissionais já capacitados, cerca de 80 foram contratados por escolas de samba, teatros e produtoras de evento.
No pico da demanda, segundo estimativas de escolas de samba, cada uma das 12 escolas do grupo especial do Rio emprega 300 pessoas, em média, no barracão. Os gastos totais por escola chegam a R$ 6 milhões.
O PlanSeQ do carnaval, segundo o Ministério do Trabalho, recebeu R$ 8,54 milhões. O programa capacitará ainda 5.810 pessoas em outros sete Estados (SC, ES, MA, RJ, RN, RS e SP).


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