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Sob dúvidas, BC americano lança pacote de estímulo de US$ 600 bi
Analistas questionam eficácia do plano de compra de títulos do Tesouro para reaquecer a economia
Com o pacote anunciado em agosto, aquisição de títulos dos EUA pelo Fed
soma até US$ 900 bi até o 2º trimestre de 2011
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Com analistas reticentes
sobre a eficácia do plano, o
Fed (o banco central dos
EUA) anunciou que vai comprar US$ 600 bilhões (cerca
de 31% do PIB brasileiro e 4%
do americano) em títulos do
Tesouro para reestimular a
maior economia mundial -e
deixou aberta a possibilidade de ampliar o programa.
As Bolsas reagiram com
cautela. A Bovespa subiu
0,5%, e o Dow Jones, em Nova York, 0,24%.
O alvo da medida é reduzir
os juros de longo prazo (os de
curto prazo já estão próximos
de zero) e ajudar consumidores e empresas a conseguir
taxas menores, movimentando a economia.
E aí surge a primeira dúvida: as grandes empresas já
têm acesso a crédito barato,
mas isso não se refletiu na
aceleração da economia nem
na queda do desemprego.
O desemprego americano
está em 9,6%, o dobro de antes do início da recessão (no
fim de 2007), e o avanço de
0,5% do PIB no terceiro trimestre foi insuficiente para
derrubar a taxa.
O desemprego e a retomada da economia, além da inflação, estão no centro das
preocupações do Fed.
O pacote de US$ 600 bilhões, diz a entidade, pretende "promover um ritmo mais
forte da retomada econômica
e ajudar a garantir que a inflação, ao longo do tempo,
esteja em níveis compatíveis
com o mandato [do Fed]".
Os preços são outra preocupação porque, com o ritmo
fraco da economia, existe o
risco de deflação, fazendo
surgir o temor de que os EUA
vão repetir o cenário vivido
pelo Japão nos últimos anos.
A inflação ao consumidor,
sem alimentos e energia (que
têm preços mais voláteis), registrou em setembro a menor
alta desde 1961 (0,8%).
É nesse cenário que entram os US$ 600 bilhões. A
compra estará centrada em
títulos com mais de quatro
anos e vai durar até junho.
Além disso, o Fed vai continuar a investir na compra
de títulos do Tesouro usando
papéis lastreados em hipotecas que estão vencendo -como anunciou em agosto.
Juntos, os dois programas
representam uma injeção de
US$ 850 bilhões a US$ 900
bilhões aplicados em títulos
do Tesouro.
Esta é a segunda rodada de
compra de papéis pelo Fed. A
primeira, de dezembro de
2008 a março de 2010, totalizou US$ 1,7 trilhão e serviu
para estabilizar a economia.
RISCOS
Agora, porém, ela é recebida com reticência. Alguns
economistas dizem que o estímulo para a economia será
modesto, com os exportadores sendo beneficiados pela
provável queda do dólar.
Outros alertam para a possibilidade de disparada da
inflação e da criação de bolhas de ativos, especialmente
nos mercados emergentes.
Para Joseph Stiglitz, Nobel
de Economia, os EUA precisam de cortes de impostos e
alta de gastos do governo.
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