|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Em 10 anos, avanço chinês cairá à metade
Unidade de pesquisa da "Economist" diz que país entrará em desaceleração gradual; em 2020, expansão será de 5%
Para economista, retração deve servir de alerta para o Brasil, por ainda depender muito da importação chinesa
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
Dentro de uma década, o
crescimento da China terá
caído à metade da média de
10% dos últimos anos.
A consultoria britânica
Economist Intelligence Unit
(EIU) projeta que o gigante
asiático vai passar por um
processo gradual de desaceleração e chegará a 2020 se
expandindo por volta de 5%.
Segundo Robert Ward, diretor de projeções globais da
EIU, isso deveria servir de
alerta para países como o
Brasil, cuja dependência da
China como destino de exportações de commodities
tem aumentado muito.
"No longo prazo, as commodities sozinhas não serão
uma forma de garantir crescimento sustentado", diz.
A emergência da China como único motor potente de
expansão global atualmente
será um dos tópicos de discussão de seminário promovido pelo grupo Economist,
com apoio da Folha, que
ocorrerá em São Paulo na
próxima terça-feira, dia 9.
Com o tema "Decolando:
Como Sustentar o Sucesso",
o seminário tratará dos desafios que o Brasil tem pela
frente para continuar crescendo de forma sustentada.
Para Ward, um dos principais desafios é investir no desenvolvimento de produtos
de maior valor agregado.
Segundo o economista, a
esperada desaceleração da
China será parcialmente
compensada por um crescimento ainda forte da Índia.
De acordo com as projeções da EIU, a taxa de expansão do PIB (Produto Interno
Bruto) da Índia deverá empatar com a da China já em
2011, e a partir daí tenderá a
ficar ligeiramente acima do
ritmo de crescimento chinês.
A pujança indiana -combinada com um crescimento
menor, mas ainda forte da
China- significará que a demanda por commodities se
sustentará em nível alto nos
próximos anos.
Mas a tendência é que esse
apetite por produtos básicos
entre em um ciclo declinante
à medida que as duas economias se desacelerem.
Para evitar a desindustrialização, Ward diz que o governo brasileiro deveria tomar medidas para melhorar
a qualidade da educação e
reduzir a burocracia.
Ele disse ainda que o presidente Lula desperdiçou a
oportunidade de promover
reformas estruturais -como
a tributária e a educacional-
nos últimos anos de conjuntura favorável. Mas acredita
que o novo governo ainda terá tempo para isso, desde
que atue rápido.
"O Brasil precisa complementar essa riqueza advinda
das commodities com maior
atenção para infraestrutura,
regime tributário e qualidade
da força de trabalho."
Ward não acredita que a
atual retórica sobre guerra
cambial detone uma escalada do protecionismo.
"A pior coisa para um político norte-americano é ser
responsável por tarifas que
aumentem os preços dos
aparelhos de DVD importados ou de roupas", diz.
Mas ressalta que o risco de
protecionismo aumentou
por conta do choque entre a
política de afrouxamento
monetário dos EUA e a resistência da China em deixar
sua moeda se desvalorizar
mais rapidamente.
Texto Anterior: Folha.com Próximo Texto: Internet 1: Google fará doação devido a falhas na rede social Buzz Índice | Comunicar Erros
|