São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010

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Eleita pede que se faça o que for necessário

VALDO CRUZ
MÁRCIO FALCÃO

DE BRASÍLIA

Informada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) das medidas de contenção de crédito do Banco Central, a presidente eleita, Dilma Rousseff, deu o seguinte recado à sua equipe econômica: façam o que tiver de ser feito para manter a inflação sob controle.
Segundo avaliação de um assessor de Dilma, isso significa que ela não ficará contra um eventual aumento na taxa de juros pelo BC na próxima semana, quando ocorrerá a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do ano.
A expectativa da presidente eleita, porém, é que as medidas adotadas pelo BC sejam suficientes para combater a alta da inflação, evitando com isso uma retomada do processo de alta das taxas de juros, hoje em 10,75% ao ano.
Dilma já orientou sua equipe econômica também a promover cortes de despesas para auxiliar o BC na sua estratégia de conter as pressões inflacionárias.
Apesar de não esconder seu desejo de que os juros caiam o mais rápido possível em seu mandato, Dilma tem dito à sua equipe que não irá dar demonstrações de que defenderá redução das taxas com "canetada".
Em conversas reservadas, assessores da petista destacam que ela sempre ouviu conselhos do presidente Lula de que, na economia, o mais importante é evitar que a inflação saia do controle.
Lula credita boa parte de sua popularidade ao fato de ter mantido o poder de compra dos salários com uma política que priorizou o combate à inflação.
Foi por isso, segundo auxiliares, que, mesmo não gostando e até mesmo pressionando o Banco Central durante o seu mandato, ele manteve a autonomia da instituição para perseguir a meta de inflação definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
O ministro da Fazenda, mantido por Dilma em seu governo, foi o responsável por avisá-la ontem, por telefone, sobre o conteúdo das medidas de contenção de crédito baixadas pelo Banco Central.


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