São Paulo, sábado, 05 de fevereiro de 2011

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UE propõe medidas para limitar dívida

França e Alemanha pressionam países da zona do euro a adotar ações para elevar competitividade do bloco

Pacto sugere elevação da idade mínima das aposentadorias e o fim de reajustes salariais vinculados à inflação

Olivier Hoslet/Efe
Angela Merkel (Alemanha), com Nikolas Sarkozy (França); tida como "senhora não", chanceler dá sinais de um "sim" para reforçar fundo de resgate

GABRIELE STEINHAUSER
DA ASSOCIATED PRESS, EM BRUXELAS

França e Alemanha pressionaram os demais países da zona do euro a aceitar medidas duras de limitação de suas dívidas, ampliação da produtividade em suas economias e para pôr fim às crises de dívida pública.
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disseram ontem que os governos deveriam decidir rápido -até o final de março- quanto ao chamado "pacto de competitividade".
Os anúncios mostram que Merkel está mais disposta a dizer um "sim" para os pedidos de reforço ao fundo de resgate europeu. Conhecida como a "senhora não", ela se opôs, desde o início da crise, à ideia de injetar mais recursos para salvar economias europeias com dificuldades fiscais.
O pacto sugere a inclusão de limites de endividamento nos textos constitucionais dos países, elevação da idade mínima de aposentadoria e o fim dos reajustes salariais vinculados à inflação.
O acordo também pede que os países estabeleçam maneiras ordenadas de lidar com quebras de bancos e que concordem com uma alíquota comum mínima para a tributação de empresas.
Os dois líderes apresentaram a proposta aos seus colegas da zona do euro como parte de uma discussão mais ampla sobre os planos de reformar o fundo de resgate regional de 440 bilhões (cerca de US$ 600 bilhões).

SERIEDADE
Dentro de um ano, os países da zona do euro teriam de demonstrar "de maneira bastante concreta" que estão trabalhando com seriedade para tornar suas economias mais competitivas, disse Merkel.
O chanceler austríaco, Werner Faymann, em geral simpático às exigências alemãs de disciplina fiscal mais forte, disse que intervenções externas nas negociações salariais eram "erradas" e acrescentou que considerava improvável que a União Europeia viesse a receber poderes para regulamentar as idades de aposentadoria.
A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, e alguns governos nacionais afirmaram que o Fundo de Estabilidade Financeira Europeu, que representa a contribuição da zona do euro para o fundo combinado de resgate às economias em crise, precisava de mais poderes e de mais verbas.
Até o momento, a estratégia em uso envolvia oferecer dispendiosos empréstimos de resgate a países próximos da bancarrota, em troca de dolorosos cortes nos Orçamentos e de medidas de reestruturação econômica.
Muitos analistas afirmaram que esses cortes tornam quase impossível a retomada do crescimento em economias que já enfrentam dificuldades para a retomada.
Como alternativas, o BCE (Banco Central Europeu) sugere permitir que o fundo adquira títulos de governos vulneráveis no mercado, prover aos países uma linha de liquidez de curto prazo quando medidas extraordinárias ameaçarem suas finanças (como na Irlanda), e empréstimos diretos aos Tesouros para recompra de títulos.
Para que possa agir dessa maneira, o fundo precisaria de mais dinheiro. No momento, o fundo só pode emprestar cerca de 250 bilhões, para não prejudicar a sua classificação de risco.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Com "New York Times"


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