São Paulo, sábado, 05 de fevereiro de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
commodities Frigoríficos suspendem vendas ao Egito País africano, terceiro principal mercado de carne bovina brasileira, importa até 7% de toda a produção nacional Associação, no entanto, ainda não sabe informar qual é o montante do prejuízo, decorrente da instabilidade no Egito LUCIANA RIBEIRO DE SÃO PAULO A crise política no Egito começa a afetar o comércio do país com o Brasil e a preocupar empresários. Diante da instabilidade do governo do ditador Hosni Mubarak e dos confrontos de rua nas cidades, os frigoríficos brasileiros decidiram ontem suspender o embarque de carne bovina para o país africano. O presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Brasileira), Antônio Jorge Carmadelli, ainda não sabe informar qual é o prejuízo causado pelo cancelamento dessas exportações. O Egito é o terceiro principal mercado de carne bovina brasileira, atrás da Rússia e do Irã. No ano passado, comprou US$ 410 milhões em carne do Brasil. Carmadelli disse que os frigoríficos estão preocupados com o risco de as mercadorias ficarem paradas nos portos das cidades de Alexandria e Porto Said. As empresas que já têm contratos assinados com o país estão reduzindo sua produção, de acordo com a associação brasileira. Além de carne de boi, o açúcar é uma das principais mercadorias comercializadas entre os países. Historicamente, o Egito importa de 5% a 7% de toda a produção brasileira. No setor açucareiro, no entanto, nenhuma medida foi tomada em relação aos embarques. A preocupação maior é que a instabilidade se alastre pelos países do norte do continente, afirma o analista de agroenergia Bruno Bosz, da consultoria Informa Economics FNP. Bosz diz que a oferta no mercado açucareiro não está acompanhando a demanda. Assim, se o Egito parar momentaneamente de exportar, um outro país poderia ocupar seu lugar. CONTAMINAÇÃO O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, Fábio Martins Faria, também diz que a maior preocupação do setor é com a possível "contaminação" da crise em outros países. Faria acrescenta que o Egito é responsável por 1% do total das exportações brasileiras. No ano passado, o país importou US$ 1,9 bilhão do Brasil -valor 36% maior do que o registrado em 2009. Na via oposta, os brasileiros importaram um total de US$ 169 milhões do país africano no ano passado. O representante da associação considera pequeno o valor total dos embarques com destino ao Egito, mas acredita que os setores ligados ao açúcar e à carne de gado são os que podem sofrer mais impactos. Isso prejudicaria, principalmente, os Estados de São Paulo, Mato Grosso e Paraná. Texto Anterior: Trabalho: Com neve, EUA têm menor criação de vagas em 4 meses Próximo Texto: Foco: Cinza da queima do bagaço de cana substitui areia na fabricação de concreto Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |