São Paulo, sábado, 05 de março de 2011

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BNDES aperta regras para conceder crédito

Objetivo é estimular setor privado a ocupar mercado de empréstimos de longo prazo

JANAINA LAGE
DO RIO

O BNDES anunciou ontem regras mais rígidas de financiamento, que priorizam as condições facilitadas de crédito a setores considerados estratégicos.
As medidas contribuem para manter o patamar de desembolsos do banco na faixa de R$ 145 bilhões, após o anúncio de injeção de R$ 55 bilhões por parte do Tesouro.
"A sinalização de consultas ao banco apontava números crescentes. É um convite ou uma convocação para que o setor privado ocupe esse espaço", afirmou Cláudio Leal, superintendente.
Em fevereiro, o presidente do banco, Luciano Coutinho, já havia sinalizado que espera que o setor privado compartilhe os riscos do mercado de crédito de longo prazo.
No fim de 2010, o governo anunciou um pacote de estímulo, com incentivos fiscais.
"Queremos racionalizar recursos. O mercado vai ter de comparecer", disse.
O banco reduziu o limite de participação máxima em financiamentos em dez pontos percentuais. Em média, o BNDES deve participar com 70% do valor dos projetos.
Segmentos estratégicos, como inovação, pequenas empresas, créditos sociais e obras de infraestrutura do PAC, terão teto de 90% de participação.
Após o país registrar crescimento de 7,5% em 2010, o banco começa a desmontar os mecanismos criados para driblar os efeitos da crise sobre o investimento. Uma das mudanças é reduzir o limite de capital de giro associado a projetos de investimento de 50% para 30%.
Não só haverá menos recurso disponível para capital de giro como o prazo de pagamento será menor: passa de sete a oito anos, em média, para quatro anos.

PSI
Essa seletividade do crédito barato é também a tônica da nova etapa do PSI (Programa de Sustentação do Investimento). O banco criou três linhas que destinam o crédito mais em conta para medidas de enfrentamento à invasão de produtos asiáticos.
Uma delas, a BNDES Finame Componentes, tem orçamento de R$ 2 bilhões para estimular a compra de partes e peças nacionais.
As outras estimulam a compra de bens de tecnologia da informação nacionais e de desenvolvimento de engenharia.
De modo geral, as linhas que já faziam parte do programa foram reajustadas, como a de aquisição de ônibus e caminhões.


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