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BNDES aperta regras para conceder crédito
Objetivo é estimular setor privado a ocupar mercado de empréstimos de longo prazo
JANAINA LAGE
DO RIO
O BNDES anunciou ontem
regras mais rígidas de financiamento, que priorizam as
condições facilitadas de crédito a setores considerados
estratégicos.
As medidas contribuem
para manter o patamar de desembolsos do banco na faixa
de R$ 145 bilhões, após o
anúncio de injeção de R$ 55
bilhões por parte do Tesouro.
"A sinalização de consultas ao banco apontava números crescentes. É um convite
ou uma convocação para que
o setor privado ocupe esse espaço", afirmou Cláudio Leal,
superintendente.
Em fevereiro, o presidente
do banco, Luciano Coutinho,
já havia sinalizado que espera que o setor privado compartilhe os riscos do mercado
de crédito de longo prazo.
No fim de 2010, o governo
anunciou um pacote de estímulo, com incentivos fiscais.
"Queremos racionalizar
recursos. O mercado vai ter
de comparecer", disse.
O banco reduziu o limite
de participação máxima em
financiamentos em dez pontos percentuais. Em média, o
BNDES deve participar com
70% do valor dos projetos.
Segmentos estratégicos,
como inovação, pequenas
empresas, créditos sociais e
obras de infraestrutura do
PAC, terão teto de 90% de
participação.
Após o país registrar crescimento de 7,5% em 2010, o
banco começa a desmontar
os mecanismos criados para
driblar os efeitos da crise sobre o investimento. Uma das
mudanças é reduzir o limite
de capital de giro associado a
projetos de investimento de
50% para 30%.
Não só haverá menos recurso disponível para capital
de giro como o prazo de pagamento será menor: passa
de sete a oito anos, em média, para quatro anos.
PSI
Essa seletividade do crédito barato é também a tônica
da nova etapa do PSI (Programa de Sustentação do Investimento). O banco criou três
linhas que destinam o crédito mais em conta para medidas de enfrentamento à invasão de produtos asiáticos.
Uma delas, a BNDES Finame Componentes, tem orçamento de R$ 2 bilhões para
estimular a compra de partes
e peças nacionais.
As outras estimulam a
compra de bens de tecnologia da informação nacionais
e de desenvolvimento de engenharia.
De modo geral, as linhas
que já faziam parte do programa foram reajustadas, como a de aquisição de ônibus
e caminhões.
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