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Governo vai facilitar milho transgênico próximo a parques
Decreto reduz zona de exclusão de 10 km para 1,2 km de reserva
CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA
O governo vai reduzir em
quase 90% a distância mínima exigida entre plantações
de milho transgênico e unidades de conservação.
A flexibilização consta de
decreto já negociado entre os
ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura e a ser editado em breve pela presidente Dilma Rousseff.
Hoje nenhuma lavoura de
milho geneticamente modificado pode ser plantada a menos de dez quilômetros da divisa dos parques nacionais e
reservas biológicas. Com a
nova norma, o plantio será
permitido a 1.200 metros.
Nos próximos dias, o ICMBio (Instituto Chico Mendes)
editará ainda uma portaria
autorizando a redução no entorno do Parque Nacional do
Iguaçu, no Paraná.
A decisão foi tomada pelo
presidente do ICMBio, Rômulo Mello, após pedido do
deputado ruralista Moacir
Micheletto (PMDB-PR).
Segundo Micheletto, a medida "vai dar mais tranquilidade e segurança jurídica para os produtores que vivem
da atividade agrícola na proximidade desses parques".
A Organização das Cooperativas do Paraná estima que
215 mil hectares de milho
possam ser plantados a mais
com a redução da zona de exclusão dos transgênicos só
no entorno do Iguaçu.
A medida tem tudo para
causar protestos de ambientalistas. Ela se soma a uma
flexibilização que já foi feita
para a soja transgênica, admitida hoje a até 500 metros
da borda dos parques.
Diferentemente da soja,
porém, o milho tem variedades nativas no Brasil, que poderiam ser contaminadas por
pólen transgênico.
"Em vez de fiscalizar, a burocracia estatal está abrindo
as pernas para a indústria
dos transgênicos", diz Nilo
Dávila, do Greenpeace.
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