São Paulo, domingo, 05 de junho de 2011

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"Hacker ético" atua na proteção de dados

Especialista caça vulnerabilidades antes da ação de criminoso virtual

Brechas de segurança causam prejuízos a empresas que podem variar entre US$ 100 mil e US$ 50 milhões

Alessandro Shinoda/Folhapress
Thiago Lahr, 31, especialista ems egurança: pesquisa de técnicas para antever os crimes

DE SÃO PAULO

Eles têm habilidade para invadir computadores, infiltrar-se nas comunidades de criminosos virtuais e descobrir falhas em sistemas de tecnologia do mundo todo.
Parecem ter saído de algum filme de ficção, mas, no combate ao crime cibernético, os "hackers éticos" ganham espaço como aliados para proteger empresas do roubo de informações.
Estima-se que hoje os prejuízos com perdas de dados possam variar entre US$ 100 mil e US$ 50 milhões, dependendo do tipo de ataque.
"Hoje, menos de 50% das empresas percebem que são alvo de roubo de informações. Os hackers éticos são necessários para demonstrar vulnerabilidades que normalmente as companhias não veem", diz Larry Ponemon, do Ponemon Institute.
Existentes em todo o mundo, os hackers éticos têm em comum habilidades técnicas avançadas e começam desde cedo a explorar a tecnologia.
Esse foi o caso do engenheiro de computação Thiago Lahr, 31. Aos 12 começou a estudar computação sozinho e, aos 15, quando a internet começava a se popularizar no país, tinha como diversão derrubar a conexão dos amigos em salas de bate-papo.
Na lista de passatempos também esteve a manipulação de programas que permitiam controlar as máquinas alheias. A especialização veio com a faculdade, onde Lahr definiu a linha profissional que preferia seguir.
"Conheci pessoas que compravam livros de faculdade com cartão de crédito falso. É tentador conseguir coisas fáceis, mas eu já achava isso criminoso. É aí que você decide para qual lado vai pender", diz Lahr.
Desde 2002, o engenheiro atua como especialista em segurança da informação na IBM, testando vulnerabilidade de sistemas de clientes corporativos, apontando falhas de softwares e redes.

REDE CRIMINOSA
A proximidade com o submundo cibernético, no entanto, é frequente para os hackers éticos. Normalmente, participam dos fóruns de discussão para estudar o comportamento de outros hackers, debater as tecnologias usadas para invasões e prever ataques em alta.
"Os criminosos estão lucrando com a venda de serviços, como o "kit invasão". São softwares feitos sob demanda para que outros criminosos possam realizar os ataques", diz Abelardo Moraes Filho, diretor da consultoria Coresec e que também atua como hacker ético.
Figuram nos fóruns de discussão, atualmente, táticas de invasão a novos sistemas, como tablets e smartphones.
"Os executivos acessam, de seus smartphones, dados importantes das companhias sem se dar conta de que se trata de computadores e sem as devidas providências de segurança", diz Michael DeCesare, da McAfee.
Estima-se que, no mundo, 58,9 milhões de tablets serão vendidos em 2011 e 25% deles serão comprados pelo setor corporativo. (CAMILA FUSCO e CAROLINA MATOS)


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