São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2011

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Estoque de veículos é o maior em um ano

Para especialista, número é preocupante; associação das montadoras diz que quantidade de carros parados é normal

Produção e vendas batem recorde para meses de julho e nos sete primeiros meses de 2011

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

Os estoques de veículos atingiram em julho o equivalente a 36 dias de vendas, o que corresponde a 367.100 unidades armazenadas, segundo a Anfavea (associação das montadoras).
Esse tempo é o maior desde junho de 2010, quando atingiu o mesmo patamar.
O número é "normal" para o presidente da entidade, Cledorvino Belini, embora na entrevista coletiva anterior, ao comentar os dados de junho (33 dias), o executivo tenha dito que o nível estava perto do "preocupante".
"Acima de 35 dias começa a pesar. O custo financeiro para [manter] estoque é muito alto", afirmou na ocasião.
A maior parte dos automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões está parada nas concessionárias, nas quais o estoque foi de 23 dias para 24. Na indústria, de 10 para 12.
"Para quem já viveu 60 dias em 2009 [durante a crise econômica], isso aqui é uma maravilha", completou.
O executivo levantou a possibilidade de que essa elevação se deva ao fluxo de liberação dos produtos parados nas fronteiras, por causa das licenças não automáticas nas importações, ocasionando a entrada de uma grande quantidade de veículos de uma só vez. "Pelo que ouvi, ninguém está preocupado."
Para Luiz Carlos Mello, coordenador do CEA (Centro de Estudos Automotivos), "estoques desse tamanho são sempre preocupantes". Historicamente, afirma, giram em torno de 25 a 30 dias.
Procuradas, as grandes montadoras informaram estar com níveis normais.
O setor registrou recordes de produção e vendas para meses de julho e no ano. No entanto, a expansão de 8,6% nos licenciamentos nos primeiros sete meses de 2011 foi puxada pelo crescimento dos importados (35,8%).

REDUÇÃO DE IPI
A Anfavea considera que 60% de peças nacionais nos veículos produzidos no Brasil é um índice plausível a ser adotado como contrapartida para a redução de IPI até julho de 2016 anunciada pelo governo nesta semana.
A diminuição na alíquota será definida após reuniões entre o setor e o governo, assim como o que será pedido em troca das empresas.
Belini não soube informar qual a média de nacionalização atualmente. Os acordos automotivos com o Mercosul e com o México preveem que esse patamar deve ficar em pelo menos 60%, mas considerando componentes de quaisquer dos dois países.


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