São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

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MERCADO ABERTO

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Banco jovem fecha três negócios em uma semana

Fundado há pouco mais de nove meses, o banco de negócios BR Partners participou, nos últimos dez dias, do fechamento de três grandes operações no país.
Assessorou o Carlyle na aquisição da Scalina, concluída no último domingo. Representou o Grupo Localfrio na aquisição de ativos no Complexo Industrial de Suape, concluída na terça. Dois dias depois, estava com o São Luiz na venda do controle acionário para a Rede D'Or.
A última vez que o ex-Citi Ricardo Lacerda, um dos fundadores, viveu dias tão movimentados ocorreu há seis anos, quando, em 2004, ainda como presidente no Brasil do Goldman, participou da venda do Bompreço e da união AmBev com Interbrew, ambas anunciadas em uma mesma semana.
Na BR Partners, já atuou ao lado de Magazine Luiza, Hypermarcas e Agre. Com o segundo maior fundo de "private equity" global, o Carlyle, sentou dos dois lados da mesa: com Scalina atuou na compra, com Qualicorp, venda. O valor de algumas operações não é revelado. Mas o total realizado até agora supera R$ 10 bilhões, o que os coloca entre os cinco primeiros no ranking de fusões e aquisições em 2010 em número de transações.
Hoje, com quase 30 sócios, Lacerda quer criar um modelo atraente ao investidor estrangeiro e reduzir a rotatividade para preservar o sigilo de tantas negociações. A ideia é trabalhar em um modelo societário para alinhar o interesse da equipe a resultados de longo prazo e desestimular o apetite por risco.
"Esse mercado é muito volátil, sensível a oscilações da economia. Sendo uma instituição local e independente, temos mais condição de controlar isso", diz Lacerda.
Também está sendo montado um fundo de "private equity" e o próximo passo é entrar em gestão de recursos.

O QUE ESTOU LENDO

Deborah Wince-Smith, presidente do Council on Competitiveness (EUA)

A norte-americana Deborah Wince-Smith, que preside o Council on Competitiveness, dos Estados Unidos, e participa de conselhos de várias empresas e instituições, como a Nasdaq (Bolsa de tecnologias), retorna às origens de arqueóloga em suas leituras.
O livro "Portrait of a Priestess" ("Retrato de uma Sacerdotisa", Princeton University Press), de Joan Connelly, trata de mulheres e do ritual da Grécia Antiga.
"O livro, apesar de ser um pouco acadêmico, é maravilhosamente bem escrito e ilustrado", conta Wince-Smith.
Connely traça, segundo ela, a eclética fusão de heranças das religiões e culturas de sumérios e egípcios, e o papel de líderes culturais femininos.
"Schliemann, e todos os arqueólogos, declararam que sacerdotisas da Idade do Bronze estavam no ápice do prestígio e do poder", admira-se Wince-Smith.

ANDAR... Vender para países ricos não é simples. Compradores na Europa e nos EUA são muito exigentes com prazos de entrega e qualidade, segundo brasileiros que exportam sapatos sofisticados. "A cartela de cores é um dos fatores que podem determinar o sucesso ou o fracasso da coleção", afirma Alexandre Birman.

...DA CARRUAGEM
"Tive de me organizar melhor, com mais antecedência, para exportar", conta a empresária Sarah Chofakian. "Se a encomenda atrasar um dia, eles não a recebem; se tiver um pingo de cola aparecendo no sapato, devolvem e não aceitam mais", acrescenta Chofakian que, das feiras de calçados europeias, passou a vender para Europa e Ásia.


COM JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES


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